Em resposta ao email da CNBB

Indignação...

Acredito que essa é a palavra mais apropriada que encontro para responder a este email que recebo. Que mundo é esse em que vivemos? É a volta da INQUISIÇÃO?

Quem são esses bispos, padres, religiosos que ousam falar de vida, pela vida e para a vida em carta aberta a população brasileira veiculada em um jornal de grande circulação e aceitação popular como se fossem donos da razão e do direito e da liberdade daqueles que aprenderam a andar com pernas próprias?

Quem são esses soberbos construtores de opinião de gabinete que de posse das palavras se apropriam destas para formular discursos toscos, arraigados de ideologias separatistas e tendenciosas? Seres que nunca conseguiram resolver conflitos internos, institucionais que envolvem leigos assediados, desrespeitados e invadidos.

Esqueceram, só podem ter esquecido, com certeza ou jogado a poeira para debaixo do tapete, não foi? Esqueceram ou não se esqueceram do que fizeram no passado quando eram os gerentes dos poderes e ficou registrado até hoje pela história? Ainda não lembram? Sério?

Em nome da fé, da igreja e do evangelho quem mais matou pessoas, seres humanos, criaturas que poderiam ter mudado todo o rumo da vida na terra, senão a TÃO SANTA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA?

Homens, mulheres, pessoas comprometidas com o conhecimento, com a ciência, com a VIDA NA TERRA. Todos queimados nas fogueiras sem dor nem piedade. Vivos, clamando ao Deus do céu e calados em lágrimas, em dor, em sofrimento sem serem escutados, confortados ou perdoados ao menos uma vez.

Seriam eles do poder da época Deuses para decidirem sobre a vida humana? Não seria, pois, estes atos configurados como abortos sociais? Banir da sociedade aqueles que só queriam contribuir para o crescimento e desenvolvimentos das habilidades e competências humanas?

ELES, os mesmos representantes dos atos violentos de ontem, maquiados, mascarados, ousam difamar, acusar, de forma drástica e descabida pessoas de índole, representantes dos anseios de mais da metade da população de um país.

Eles que tantos atos bárbaros fizeram, agora querem inverter o quadro, manipular a opinião, fazer uso do poder que tem a igreja e conduzir o fiel a fazer aquilo que acham correto, que acreditam. O que estaria por trás de tudo isso? Será que não há outros interesses?

Talvez, esta hoje, sofra de amnésia, esquizofrenia ou qualquer outra doença para não dizer: Manipulação!!!!! Promovem suas reuniões, discutem seus interesses, e escrevem carta aberta a população de forma a atacar um único alvo, um só partido com texto mal produzido, incoerente e cheio de má intenção. Que falta de respeito e consideração a pessoa humana.

A igreja como sempre pensa que todos somos massa de manobra barata, alienada e cega, e ainda diz que não está fazendo apologia a nenhum partido, veja o título do email que me mandaram em nome da CNBB: ... derrotar os PTralhas....

Deveríamos era derrotar esse mal que entra em nossos lares, esses seres que estão a serviço do bem individual e usam a fé - algo ligado a sensibilidade e ao sentimentalismo - para vender falsas verdades, manipular o bom senso de cristão e se permanecer no poder.

A verdade é que essa instituição religiosa parece não ter mais o que fazer e agora inventa de detonar pessoas que podem contribuir com uma sociedade mais justa e igualitária.

A bíblia não é a verdade absoluta, nem tão pouco objeto de opressão. É um livro de verdades construídas a partir do livre arbítrio. Ninguém no passado se sentia obrigado a seguir. Deus nunca quis escravos, sempre homens livres, autônomos, conscientes de seus deveres e direitos: “Dai a Cesar o que é de César, a Deus o que é de Deus”. Dai ao povo o que é do povo, a garantia de direitos assegurados pelas leis, dever do estado.

O aborto é uma realidade, não podemos fazer vistas grossas. Políticas públicas que garantam o bem comum, todos sabem que é preciso e necessário. LEGALIZAR situações como forma de esclarecer e dar condição digna a população brasileira é direito garantido na CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA APROVADA EM 1988.

DESCULPA, com todo respeito, mas eu tenho mais o que fazer a ler discurso distorcido de uma instituição que deve mais, muito mais a vida humana que qualquer candidato que se posicione a favor de medidas necessárias a vivência comunitária e social de hoje em dia.