NENÉM
 
 
Tenho caderno e caneta em punho, como armas na mão!
Por quê?
Acho que sei.
É porque nada disso quero fazer.
 
Quero é me encontrar com Neném.
Neném é tudo que quero agora, no conforto da Sede ou do Catetinho, no som da mata se agitando ao vento.
Quando ficamos juntas, ela me olha nos olhos e entende tudo.
Ela é de uma majestade, equilíbrio e correção. Tem postura de comportadinha.
Mas quando ela vê o ambiente calmo demais, mexe com Chê e Fidel e os obriga a dar-lhe desvelos em lambidas paternais, carinhos e coisas tais. Depois vai em busca das filhas que estão dormindo, naquela pasmaceira e provoca-as com patadas e correrias, escorregando pelo chão liso. E “agride”, como se fosse dentada ou patadas até virar ira nos bichinhos. E provoca e sai em disparada para ser perseguida.
Quando alcançada, simula uma luta e termina com abraços e lambidas massageadoras, lavando o pelo das filhas. E carinho e mais carinho.
Forma-se então uma corrente de amor felino, uma lambe a outra, ou abraça a outra, aceita o carinho da companheira...
  Eu quero Neném.