Reflexões Semanais

Desde muito pequeno via os dias da semana assim como os meses sendo obras personificadas. Eles ganhavam vidas, assumiam trejeitos, eram dotados de cores – sua característica mais evidente – que até hoje permeiam minha imaginação.

A Segunda-Feira era imponente, a controladora, mandona e para ela a liberdade dada ao começar da semana era trazida pelo branco, que para muitos é sinônimo de pureza.

A Terça-Feira é escura, negra, causadora do medo como os temporais chuvosos que povoam o verão paulista. A semana ainda não se definiu, ontem foi Segunda e há muitos dias para que cheguemos ao desfecho semanal.

A Quarta-Feira era amarela, sinal de atenção. Dois dias para o término letivo. Tudo era mais tranqüilo, diferente da negra Terça-Feira.

Quinta-Feira tudo verde, faltava um dia para adentrar a Sexta-Feira. Que bom! A Quinta-Feira manteve-se alegre para mim. Sempre me cumprimentou. Respondeu dos meus chamados. Ótimo é cantarmos com dias assim. Na Quinta-Feira sempre o Sol reinou, à noite também. Quando solteiro saíamos na Quinta-Feira depois das aulas ministradas, pois era véspera de Sexta-Feira. Esta que repetia o branco da Segunda, mas não o seu ar impiedoso, típico dos chefes mandões. Sexta-feira divertida, sorridente, ardente pelo final. Festa. Apogeu.

O Sábado era vermelho, mas um que exigia cautela, prudência. Aqui você poderia fazer tudo que fez na Sexta-feira, mas há que se tomar cuidado. Descanse, não deixe a fossa para o Domingo, pois este é verde, maravilhoso, iluminado. O primeiro dia da semana sem Sol não era Ele. Assumia o vazio, entristecia-me.

Ainda hoje carrego esses traços e características comigo, aquieto-me no meu canto, aprecio-os e começo a refletir...

Sergio Santanna
Enviado por Sergio Santanna em 06/10/2010
Código do texto: T2540209
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