A ESPERANÇA NUNCA MORRE.....

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A todos foi dado por Deus uma missão. Rotineiramente devemos suplicar pela abertura de novos caminhos, novos rumos. É legítimo abafar o bordão de que “a esperança é a última que morre”, substituindo-a pela “a esperança nunca morre”. Se mostra a única porta aberta para o futuro se mal vamos no presente. Matar a esperança é como caminhar no deserto na certeza que nenhuma água de fonte limpa será encontrada para saciar nossa sede, principalmente a sede de justiça.

Renovar é a grande vereda que se abre para as chances de sair das trevas para a luz, a clareza da renovação, ao menos nos braços da esperança. Ser idealista não é ser sonhador, mas esperar que a humanidade melhore como vem melhorando. Leia-se história e se compreenderá a grande tarefa que o homem vem encetando, mesmo que vagarosamente.

Se a escravidão institucional não mais existe, um grande avanço de liberdade em movimentos sacralizados, a escravidão da cegueira pacífica, comprada pelos poderosos e migalhas da moeda fácil, ainda se materializa, visível especialmente nos pleitos das nações menos aparelhadas pela sorte da educação. Isto, contudo, não mata a esperança e muito menos aborta a vontade de ir em frente.

Nessa caminhada, mesmo com gigantescos tropeços, os passos da democracia conquistada, menores sejam, são imensos para o maior valor humano, a liberdade, pois não há valor na vida sem que exista liberdade.

Inimporta qual é a missão, todos tem a sua delegação pela esperança, e ela se configura na liberdade de pensar e agir com responsabilidade. A lei moral, distante de qualquer grau de credo ou religiosidade, deve incorporar nosso estatuto pessoal para, pelo menos, pelo sagrado ministério do exemplo, podermos passar às gerações sucessoras o que de mediano seja o certo ou errado, sinalizando que o malfeito está inscrito nas leis dos homens, de forma obrigacional para todos, e que o sentido ético deve pautar nossa conduta, repelindo no senso político àqueles que se engajam e vivem da corrupção e nela se apascentam de forma comprovada e escancaradamente.

Ouve-se que as câmaras alta e baixa em nosso sistema bicameral sempre se mostram piores nas sucessões como agora pode acontecer pelo sufrágio universal. Esperemos que assim não seja. O Brasil é estratégico para a humanidade, não é uma republiqueta ou uma prisão insular onde déspotas são donos das liberdades públicas e individuais.

Até mesmo o sentido negativo da existência tem a sua utilidade que é didática, o não dever fazer, vivendo. Ao nosso alcance posturas de conduta que norteiam o traçado do certo e do errado na experiência do convívio, desde quando o homem se despojou da inocência sustentado no livre arbítrio, estão presentes.

Cristo viveu corporalmente para demonstrar com sua existência, a lei moral que se descerra de sua cátedra apenas em oralidade, mesmo que distante de religiosidade. Sua celebração sufoca a matéria, cristaliza a boa vontade, demonstra a serenidade que não sofre nem faz sofrer, que ultrapassa a carne, que doa antes de subtrair, que abraça as amplidões da compreensão permanente pelo amor sem fronteiras, o amor ao próximo.

Seja possível a todos ver na face da renovação política uma nova oportunidade para limpar mais e mais nosso rincão, negando a mácula que enodoa o convívio pelo enfrentamento desnecessário e pela banalização da ética, raiz da lei moral. Assim, abre-se a janela por onde entra o sol do entendimento, tão fácil de distinguir e aceitar.

Que existam espaços para a luz que pacifica. Que haja a verdadeira renovação sustentada na moralidade exigida pela coerção social que nasce da sociedade e se sustenta na lei.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/10/2010
Reeditado em 05/10/2010
Código do texto: T2539353
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