Ritos de passagem.

Crianças correm sem “pressa”, elas correm apenas pelo êxtase de usufruir as novas sensações, adrenalina e velocidade. Que tempo sagrado, sem tantas distinções entre algodão doce, céu e mar. Sim, já fui menino...Ah, faz tempo, melhor dizendo... Já fui moleque, tímido, esperto, travesso... Fazia de árvores robôs, metido a inventor construía imensas naves espaciais e seguia viagem. A infância é mesmo um parque, um divertido e desprotegido parque, lugar santo que carece de cuidados.

Porém, em dado momento o combustível da nave acaba e caímos num estranho mundo novo, mundo de possibilidades, um obscuro mundo, repleto de ansiedade e medo. Bem vindo, à adolescência! Destaque-se e tenha coragem, diferencie-se, está é a terra dos combates, da busca por espaço no mundo. Mas, para que tanta guerra se um pouco mais tarde descobre-se que o “diferente” também é ser “normal”. Mas, isso é reflexão futura! Ah, o primeiro beijo, o primeiro toque, mesmo que seja imagético que seja mais uma varredura de olhares do que um toque. Nessa fase menos lúdica, alguns são levados por revoltas outros por reflexões. Até que revolta e reflexão enchem o saco. Mas, isso é reflexão futura rs! Cabem mais a essa fase as perguntas internas. Será que serei aceito? O que farei no futuro? Que coisa injusta, confiar o futuro nas mãos de um indivíduo em fase tempestuosa. Mas, até mesmo as tempestades se acalmam, ou ao menos mudam com os ventos...

Bem vindo à juventude! Confesso que está ficando complicado prosseguir com o tema. Talvez seja melhor eu me esconder? Manter o texto mais na 3° pessoa, rs? Foda-se, às vezes ainda sinto-me um adolescente, embora não precise mais de tanta auto afirmação. Embora já me sinta um pouco mais lento para determinadas caçadas. Mas, ao mesmo tempo sinto-me atrasado para outras. Juventude... Merda de fase de promessas, de expectativas, ânsia por um tempo bom. O tempo vai ficando curto e a pessoa deve se perguntar menos, ela deve se decidir mais rápido. Não há tempo para indagações, é preciso agir!

Agora, salta na minha cabeça o medo da morte, será que isso deve ser reflexão futura? Agora me cobro de deixar sementes, e por isso me apresso... Corro com as atitudes e com as palavras! Outro dia eu sonhei com a infância, foi tão injusto... Que sonho perfeito, puro e desonesto com o momento atual, rs. Também ainda me sinto criança, acho que todo menino é meio poeta. Eu ainda construo minhas naves... Estou menos temeroso que um adolescente, mas ainda me falta à sabedoria de um idoso. Desculpe-me leitor, tenho vinte e cinco anos e por basear meus relatos em experiências vividas não irei prosseguir a partir daqui. Que venham as viagens futuras!

Buendia
Enviado por Buendia em 05/10/2010
Código do texto: T2539315
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