Espera

Já se passaram 5 minutos. Talvez meu relógio esteja adiantado, talvez o responsável pelo sinal tenha ido ao banheiro.

10 minutos. Sinto vontade de usar o toalete, mas me seguro, o sinal já deve bater, meu relógio não pode estar tão adiantado, e o responsável já deve estar voltando do banheiro.

15 minutos. Começo a ficar impaciente, sentado há 15 minutos almejando liberdade, querendo esvaziar a bexiga, mas esperando pacientemente que a criatura tenha voltado do banheiro.

20 minutos. Não cogito mais a possibilidade de meu relógiop estar com a hora errada, se o (ir)responsável estiver no banheiro, está com uma baita diarreia, também queria ir mijar "Fiscal, posso ir ao banheiro?".

Volto mais calmo do banheiro. Nem ligo que já se passaram 25 minutos, estou leve como pluma.

30 minutos. Minha impaciência começa a retornar. 30 minutos é muito tempo para esperarmos presos aqui sentados nessas cadeiras. Será que vão esperar todos terminarem para saírmos?

35 minutos. 35! Sete vezes cinco! Cinco minutos passados de meia hora! "Fiscal, E o sinal?", "Não sei.". Deito de bruços sobre a carteira, tento dormir.

40 minutos! Vou embora! Não ligo mais para a prova! Não quero nota desse jeito! Isso é tortura psicológica! Escrotos! Sacanas! Fuleiros! Pestes! Isso é um crime! Estou aqui há quase três horas, ocioso há quase duas, e esperando o sinal há quase uma.

Enfim o sino! Depois de 45 minutos! Já era hora! Deixo a prova sobre a mesa do fiscal, pego minha bolsa e minha maleta, saio da sala, respiro fundo aquele ar puro. E, de súbito, faço um muxoxo e solto os ombros. Toda minha felicidade se esvai. Tenho aula à tarde...