O primeiro dia até que comecou bem. Depois de trabalhar o domingo inteiro como mesário nas eleições, acordei nesta segunda bem cedo para acertar os últimos detalhes da viagem.

Neste ano não vou conhecer praias desertas no nordeste, ou paisagens deslumbrantes no sul do país. Meu destino em 2010 será a semi seca reinante no planalto central, e minha viagem será solitária pois Luna não pôde me acompanhar neste início de outubro enevoado.

Mas enfim, acertei os tais detalhes e partimos para Bauru, onde um avião da Varig/Gol me esperava na pista deserta. Nada de muito emocionante, embarque solitário, viagem curta em silêncio e desembarque mais solitário ainda, centenas de quilômetros longe de minha princesa...

Engraçado como uma simples viagem de avião nos faz repensar nossos conceitos sobre a vida. Mais engraçado ainda como o medo da morte me assola toda vez que sinto as turbinas do avião acelerando para a decolagem. Eu sempre envio pensamentos de despedida para a família, e me envergonho deles após todo pouso feito em segurança. Vai entender...

Para uma conexão e uma espera de umas duas horas e meia, desembarquei em São Paulo para encontrar uma cidade nublada e fria, mas surpreendentemente sem chuva. Após uma longa espera e um encontro com o senador Eduardo Suplicy no cafezinho do portão de embarque, mais uma longa espera. Mas o dia estava somente começando, já que eu sabia que uma babel gastronômica me esperava assim que desembarcasse no Planalto Central. Certamente era isso que eu esperava quando, às três da tarde, ainda faltava uma hora e meia para embarcar. Haja cafezinho...


 
Pousei em Brasilia já anoitecendo e me deslumbrei, como um bom caipira do interior paulista, com a quantidade de pessoas que transitavam pelo aeroporto, multidão formada principalmente por homens elegantes com seus ternos bem cortados e suas pastas com rodinhas elegantes. Da mesma forma, mulheres de nariz empinado e terninhos elegantemente estampados e pequenos notebooks em bolsas carregadas penduradas no braço.

E carros. Como tem carros circulando pelas largas ruas da capital federal. Mas não é a loucura de uma São Paulo, que nos dá medo, é uma loucura organizada, como milhões de formigas que sabem exatamente onde vão... mas não é para falar de transito que estamos aqui, certo?

Vamos para a refeição. Eu que já me preparava para essa viagem há muito tempo, estava ansioso para ver o que me encontraria pela frente. E não me surpreendi quando meu mano falou de uma tal lanchonete em uma das inúmeras esquinas de Brasilia e fomos para lá.

Quando chegamos ao lugar, nada de especial. Cozinha não muito limpa, como todo bom restaurante, mesas na calçada etc. A surpresa começou mesmo quando chegou o cardápio, do qual só me lembro do primeiro item: MegaBurger de 300g. É isso mesmo, leitor, seria um hamburguer de 300 gramas de carne!!! É claro que pedi.

Chegou o tal lanche. Uma montanha de carne coberta com queijo e algumas fatias de bacon e ataquei. Você deve agora estar se perguntando: eu fiquei lendo isso aqui e o cara vem me falar de hamburguer? Mas a justificativa convence.

Cada receita servida no restaurante é caseira, do hamburger, pão e os molhos, tudo é feito pelas mãos do dono, um americano que mora cá nas terras tupiniquins há vários anos e trouxe a receita de seu país natal.

Então o porque achei tão importante minha primeira visita gastronômica em Brasilia? Onde mais eu teria a chance de comer um legitimo Burger americano que foge do artificialismo do McDonald’s e similares aqui no Brasil?

Então, saindo do restaurante, cujo nome é Burger Gourmet, apoiando no corrimão da escada, declarei com convicção: Valei toda a pena!

Amanha estamos de volta com mais surpresas que me esperam cá no Planalto Central. Espero sua visita!
Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 05/10/2010
Código do texto: T2538613
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