TIMOR LESTE

O colonialismo português teve como característica preponderante a falta de assistência à população das colônias e a subtração de suas riquezas em benefício da metrópole. O desrespeito do próprio governo com relação à população foi o princípio básico que herdamos dos anos de domínio colonial. Essa imposição de sacrifícios ao cidadão para satisfazer o bel-prazer de governantes ditadores é mais que um grande exemplo desses desmandos. E tudo isso não foi diferente no Timor Leste, onde, se aproveitando do ‘vacilo’ de Portugal, as tropas indonésias o anexaram, com o nome de “Loro Sae”, aniquilando um terço da sua população de fala portuguesa, passando a ser uma simples 17ª província.

Pequena ilha do Oceano Pacífico, Timor, em 1959, era parte Holanda, parte Portugal; mas, com a independência das Índias Orientais Holandesas no fim da Segunda Grande Guerra, a parte ocidental ficou fazendo parte da recém-criada República da Indonésia, enquanto que o lado oriental, assim como o enclave de Ocussi-Ambeno e as ilhas de Atauro e Jacó continuarem sendo parte de Portugal, que nunca procurou beneficiar a ilha, cuja economia se resume praticamente à produção de arroz, milho, café e gado. Sua população, além do português, fala o tetum, um dialeto local com forte influência da língua do colonizador. Foi província ultramarina em 1951 e, em 1963, Portugal estabeleceu um Conselho Administrativo local sob pressões da ONU, mas foi com a derrota do colonialismo português, em 1975, que o Timor leste começou a percorrer a sua ‘via crucis’.

Três movimentos partidários locais começaram a se digladiar, levando o país à guerra civil: Associação Popular e Democrática do Timor – APODETI (que defendia uma anexação à Indonésia), União Democrática de Timor – UDT (defendendo o processo gradual de independência) e a Frente Timorense de Libertação Nacional – FRETILIN (defendendo a autonomia imediata). Em junho de 1975, APODETI, UDT e representantes de Portugal entraram num acordo intentando um processo de transição que prepararia o país para a independência em 1978. Foi ao que a FRETILIN rechaçou tais medidas, recomeçando a guerra civil e a Indonésia aproveitou para dar o bote e abocanhar o território timorense sob pretexto de que estaria protegendo a comunidade Indonésia residente no local.

Hoje, depois de tudo solucionado, é com imensa alegria que verificamos que hoje a luta desse povo por sua independência não foi em vão e podemos presenciar a reconstrução dessa nossa nação irmã e lusófona.