Na paz ou no tormento
Águida Hettwer
 

   Nas curvas sinuosas da vida, há tantas surpresas. Ás vezes não tem tempo de piscar os olhos, e tudo termina na fração de um segundo. Não há despedidas, e nem até breve, não há consolo, ou arrependimento.
 
 Nos plurais advérbios da sabedoria, não nos isenta de incompreensão dos fatos. Remete-nos a questionar o significado da vida, o trabalho de sol a sol, o acumulo de responsabilidades, títulos, certificados conquistados pendurados em paredes. Contudo, o corpo sente a ação do tempo. Os sonhos ficaram em segundo plano. A história de vida deixou brechas e fendas.
 
 Passamos a vida tomando partido por uma causa, atravessando ano a ano, a beira das adversidades, sob o apoio de uma força extra-humana, sem esmorecer vertendo amor nas ações. Entretanto, por ora alvejado em suor e lágrimas.
 
 Privando-se nos limites de uma nota de rodapé, ou enunciado pomposo. Oriundo de mentes orgulhosas, fazendo pouco caso das coisas simples e divinas.
 
   Há tesouros guardados, de valor inestimável, em cada ser humano. O amor, ás vezes, necessita de ser agitado, enlouquecido, furioso, incompreendido, fanático, dependente, sem nexo. Na paz ou no tormento, o amor prevalece autêntico. Sentimento sublime, neutralizador do mal, revelador da grandiosidade da alma.
 
   
04.10.2010