NO MUNDO DOS LIVROS
Durante a Flimar- 1ª Festa Literária de Marechal Deodoro-AL organizada pelo querido Carlito Lima, a professora Cláudia Pimentel e eu organizamos uma “Roda de Prosa” sobre o trabalho pedagógico com o livro e a leitura, oportunidade para educadores e público em geral partilharem experiências, alternativas e práticas sobre o trabalho com a leitura nas salas de aula, com o objetivo de registrar as contribuições e ideias para incremento das práticas leitoras no espaço escolar.
Na Roda, pudemos ouvir depoimentos fantásticos sobre como autores do quilate de Antonio Torres, Mauricio Mello, José Ignácio Vieira de Melo, Flávio Cavalcante e Miriam Sales- dois queridos aqui do Recanto das Letras- se tornaram leitores.
A fala de Marina Colassanti que antecedeu nossa “Roda de Prosa” foi um passeio maravilhoso pelo mundo fantástico dos livros e das suas leituras. Marina se emocionou e emocionou a todos nós, além de dar dicas preciosas de suas influências para escrever alguns de seus livros, tão caros a mim, devoradora dos seus escritos desde os anos 80 quando mantinha uma coluna na revista NOVA e rodou o país fazendo palestras,quando pude ver ouvir uma, aqui em Maceió.
As pesquisas de Cláudia Pimentel apontam que nos últimos anos os acervos estão chegando às escolas e nas bibliotecas. Ótimo!Biblioteca escolar agora é lei, melhor ainda! É mesmo tudo o que queremos e defendemos como política pública, porém não basta estar na lei e nas estantes, é preciso que as práticas de incentivo estejam em cada casa, em cada centro comunitário, em cada escola, em cada biblioteca.
Mas o meu propósito nessa crônica é comentar um livro muito especial - NO MUNDO DOS LIVROS - cujo autor sempre me chamou a atenção. Desde que li pela primeira vez uma entrevista com ele, fiquei fã. A sua paixão pelo livro e pela leitura como algo que transforma vidas foi algo admirável, mobilizador e transformador também de sua própria.
Quando no começo do ano soube que faleceu me lembrei de uma frase atribuída ao hinduísmo: “Quando morre um velho, perde-se uma biblioteca inteira.” No caso dele, muitas bibliotecas.
Para quem transita no meio editorial e no mundo das bibliotecas o bibliófilo José Mindlin dispensa maiores apresentações, mas direi que, ao terminar de ler NO MUNDO DOS LIVROS, pensei no provérbio hindu mais uma vez. Oitenta anos de vida dedicados a leitura, a pesquisa de livros raros e a organizar sua fantástica biblioteca doada a USP em 2006, o credencia mais do que nunca como um personagem que deve ser reverenciado por todos nós que amamos esse universo do livro e da leitura.
O livro na verdade é uma boa conversa. José Mindlin comenta com seu leitor sobre as leituras fundamentais, a seu ver, para a constituição do sujeito leitor, para que qualquer cidadão ou cidadã, criança jovem ou idoso possam ser melhores como pessoa, como moradores desse país, desse planeta. Ao abrir sua vida para que conheçam seus gostos e preferências ele também nos convida a formar a nossa biblioteca seja ela do tamanho que for.
Destaco do livro essa pérola de Mindlin: “Quem não lê não sabe o que está perdendo, pois a leitura dá um sentido espiritual á vida, abre horizontes dá uma visão melhor e mais ampla do mundo e da sociedade em que vivemos, estimula a imaginação e o sonho e cria possibilidades antes impensadas de reivindicar mudanças em nossa sociedade, corrigindo as injustiças sociais e políticas que nos afligem. As coisas dificilmente mudarão se não for dada a grande massa da nossa população uma educação adequada e consciência de cidadania, o que exige, em última análise, o desenvolvimento e a consolidação de práticas de leitura.” (pág.13);
Dito tudo isso posto um link onde qualquer um pode ler esse e outros trechos. Pessoalmente gostei muito das dicas de autores e bons livros e adorei a “injeção de animo” que é o livro para educadores que trabalham com políticas de incentivo ao livro e a leitura ou que simplesmente são leitores.
http://www.nomundodoslivros.com.br/leia.asp
Posto aqui também algumas fotos da FLIMAR, da nossa participação na “Roda de Prosa” e da participação dos SERESTEIROS DA PITANGUINHA animando nossa última noite. Aliás todos os seresteiros estão de parabéns pois fizeram na última sexta feira 16 ANOS DE RESISTÊNCIA CULTURAL , fazendo um lindo trabalho de preservação e divulgação do cancioneiro popular do Brasil.
http://picasaweb.google.com.br/100345132665026033061/Flimar#
* PS 1:o livro foi presente de Antonio Torres para seu sobrinho Vinícius.
* PS 2:Aninha, olha seu/meu marcador dentro dele!
Sobre o autor:
“José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo, em 1914. Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo e chegou a trabalhar num escritório que tinha entre seus clientes o escritor Monteiro Lobato e o historiador Caio Prado Jr., na época acusados de comunistas. Trabalhou ainda como jornalista no Estado de S. Paulo e montou a Metal Leve, que se tornou uma das maiores empresas no setor de peças automotivas no Brasil. Durante todo esse tempo, dedicou-se a sua maior paixão: os livros.
Foi eleito em 1999 para a Academia Paulista de Letras e em 2006 para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 29. Publicou Reinações de José Mindlin e Uma vida entre livros.”
Durante a Flimar- 1ª Festa Literária de Marechal Deodoro-AL organizada pelo querido Carlito Lima, a professora Cláudia Pimentel e eu organizamos uma “Roda de Prosa” sobre o trabalho pedagógico com o livro e a leitura, oportunidade para educadores e público em geral partilharem experiências, alternativas e práticas sobre o trabalho com a leitura nas salas de aula, com o objetivo de registrar as contribuições e ideias para incremento das práticas leitoras no espaço escolar.
Na Roda, pudemos ouvir depoimentos fantásticos sobre como autores do quilate de Antonio Torres, Mauricio Mello, José Ignácio Vieira de Melo, Flávio Cavalcante e Miriam Sales- dois queridos aqui do Recanto das Letras- se tornaram leitores.
A fala de Marina Colassanti que antecedeu nossa “Roda de Prosa” foi um passeio maravilhoso pelo mundo fantástico dos livros e das suas leituras. Marina se emocionou e emocionou a todos nós, além de dar dicas preciosas de suas influências para escrever alguns de seus livros, tão caros a mim, devoradora dos seus escritos desde os anos 80 quando mantinha uma coluna na revista NOVA e rodou o país fazendo palestras,quando pude ver ouvir uma, aqui em Maceió.
As pesquisas de Cláudia Pimentel apontam que nos últimos anos os acervos estão chegando às escolas e nas bibliotecas. Ótimo!Biblioteca escolar agora é lei, melhor ainda! É mesmo tudo o que queremos e defendemos como política pública, porém não basta estar na lei e nas estantes, é preciso que as práticas de incentivo estejam em cada casa, em cada centro comunitário, em cada escola, em cada biblioteca.
Mas o meu propósito nessa crônica é comentar um livro muito especial - NO MUNDO DOS LIVROS - cujo autor sempre me chamou a atenção. Desde que li pela primeira vez uma entrevista com ele, fiquei fã. A sua paixão pelo livro e pela leitura como algo que transforma vidas foi algo admirável, mobilizador e transformador também de sua própria.
Quando no começo do ano soube que faleceu me lembrei de uma frase atribuída ao hinduísmo: “Quando morre um velho, perde-se uma biblioteca inteira.” No caso dele, muitas bibliotecas.
Para quem transita no meio editorial e no mundo das bibliotecas o bibliófilo José Mindlin dispensa maiores apresentações, mas direi que, ao terminar de ler NO MUNDO DOS LIVROS, pensei no provérbio hindu mais uma vez. Oitenta anos de vida dedicados a leitura, a pesquisa de livros raros e a organizar sua fantástica biblioteca doada a USP em 2006, o credencia mais do que nunca como um personagem que deve ser reverenciado por todos nós que amamos esse universo do livro e da leitura.
O livro na verdade é uma boa conversa. José Mindlin comenta com seu leitor sobre as leituras fundamentais, a seu ver, para a constituição do sujeito leitor, para que qualquer cidadão ou cidadã, criança jovem ou idoso possam ser melhores como pessoa, como moradores desse país, desse planeta. Ao abrir sua vida para que conheçam seus gostos e preferências ele também nos convida a formar a nossa biblioteca seja ela do tamanho que for.
Destaco do livro essa pérola de Mindlin: “Quem não lê não sabe o que está perdendo, pois a leitura dá um sentido espiritual á vida, abre horizontes dá uma visão melhor e mais ampla do mundo e da sociedade em que vivemos, estimula a imaginação e o sonho e cria possibilidades antes impensadas de reivindicar mudanças em nossa sociedade, corrigindo as injustiças sociais e políticas que nos afligem. As coisas dificilmente mudarão se não for dada a grande massa da nossa população uma educação adequada e consciência de cidadania, o que exige, em última análise, o desenvolvimento e a consolidação de práticas de leitura.” (pág.13);
Dito tudo isso posto um link onde qualquer um pode ler esse e outros trechos. Pessoalmente gostei muito das dicas de autores e bons livros e adorei a “injeção de animo” que é o livro para educadores que trabalham com políticas de incentivo ao livro e a leitura ou que simplesmente são leitores.
http://www.nomundodoslivros.com.br/leia.asp
Posto aqui também algumas fotos da FLIMAR, da nossa participação na “Roda de Prosa” e da participação dos SERESTEIROS DA PITANGUINHA animando nossa última noite. Aliás todos os seresteiros estão de parabéns pois fizeram na última sexta feira 16 ANOS DE RESISTÊNCIA CULTURAL , fazendo um lindo trabalho de preservação e divulgação do cancioneiro popular do Brasil.
http://picasaweb.google.com.br/100345132665026033061/Flimar#
* PS 1:o livro foi presente de Antonio Torres para seu sobrinho Vinícius.
* PS 2:Aninha, olha seu/meu marcador dentro dele!
Sobre o autor:
“José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo, em 1914. Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo e chegou a trabalhar num escritório que tinha entre seus clientes o escritor Monteiro Lobato e o historiador Caio Prado Jr., na época acusados de comunistas. Trabalhou ainda como jornalista no Estado de S. Paulo e montou a Metal Leve, que se tornou uma das maiores empresas no setor de peças automotivas no Brasil. Durante todo esse tempo, dedicou-se a sua maior paixão: os livros.
Foi eleito em 1999 para a Academia Paulista de Letras e em 2006 para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número 29. Publicou Reinações de José Mindlin e Uma vida entre livros.”