COMO A VIDA MUDA DE REPENTE!


IMAGEM DA INTERNET - GOOGLE

A filha lhe telefona dizendo que vai ao jogo do Santos na Vila Belmiro, mas que a carteirinha de associada está na casa da mãe. Como mãe e filha moram relativamente perto uma da outra, esta lhe pede que leve o documento até determinado local onde se encontrarão.

 
A mãe, de imediato, pega a carteirinha e sai a pé, muito rapidamente, para encontrar-se com a filha.
 
Ela está num momento feliz de sua vida, fazendo o curso de dinâmica que sempre quis fazer, sentindo-se independente, saindo sozinha após um período conturbado emocionalmente, vivendo a vida da forma com a qual sempre sonhou. Está leve, solta, feliz, apesar dos problemas e das dificuldades que todos nós temos. Sabe a importância de sentir que está cumprindo o seu destino e a missão que a ela foi designada. Uma alma apaziguadora, daquelas de fazer brotar o milagre do entendimento e da troca. Sente-se inteira, na sua própria reconquista pessoal.
 
É com esses pensamentos que corre em direção ao encontro da filha.
 
Vão encontrar-se perto do estádio, que fica próximo de onde moram. E ela segue tranquila, pois sabe que vai chegar a tempo. E, afinal, como associada, sua filha tem o lugar garantido nas cadeiras.
 
Chega à avenida de grande movimento e vê a filha do outro lado da pista. Sem prestar muita atenção ao tráfego intenso, põe-se a atravessar e, não se sabe por que, não percebe que o sinal está fechado para pedestres.
 
O piloto da moto não teve culpa, pois ela surgiu do nada à sua frente. Ele ainda tentou socorrê-la, foi chamado o resgate que a transportou ao hospital, localizado próximo ao local do acidente. A filha, do outro lado da pista, a tudo assistiu.
 
Três dias na Unidade de Terapia Intensiva, politraumatizada, não resistiu.
 
No dia de seu sepultamento, a filha, grávida, teve seu tão esperado bebê um pouco antes da hora. Em estado de choque, tudo se descontrolou e fez-se o paradoxo.
 
Pouco a conhecia, mas somente a seu marido, um profissional de renome nacional. Nos últimos tempos estavam tentando o entendimento para reiniciar uma vida a dois que talvez não tivesse que ser interrompida. Quis o destino que não fosse assim.
 
Como a vida muda de repente!
 
 
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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 02/10/2010
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