Que Congresso estaremos elegendo amanhã?

Chegamos ao final da campanha política para Presidência da República mais importante da America Latina. Uma procissão de legendas letais ao país desfilou anunciando a salvação da Pátria. Outras raras tentaram evidenciar suas proposições políticas, nem sempre confiáveis, mas que foram ditas em alto e bom tom. Jamais deixará de ter sido um espetáculo democrático o que vimos.

As pesquisas eleitorais revelaram a dança dos números, que, diga-se de passagem, valsaram muito. Escândalos se sucederam, índices foram modificados para mais e para menos, e assim o pleito andou sob o olhar buscador de equívocos eleitorais da Justiça Eleitoral. Nessas horas a roupa suja dos candidatos é lavada em plena praça pública. O eleitor menos avisado vibra, enquanto os mais polidos refletem e decidem a quem dar seu voto. É mais ou menos assim que a coisa funciona.

Overdoses de vulgaridades são postas nos discursos dos candidatos que se incham de vaidade, massageando seus Egos e parindo promessas que não se cumprirão em sua maioria, se acaso forem eleitos. Métodos condenáveis para angariar votos são usados nas campanhas políticas no Brasil, como se os meios usados pelos coronéis do passado recente não quisessem sumir do mapa da política eleitoral brasileira. Mas muita coisa mudou e para melhor. As nossas autoridades eleitorais estão mais acesas e atentas às irregularidades que ainda praticam um punhado grosso de candidatos Brasil afora.

Quem sabe se a face cômica desse pleito não venha a aflorar com a eleição de algum palhaço conhecido, pessoas ligadas ao crime organizado, figuras buscadoras de fama e de prestígio? Mas como evitar que isso aconteça se o eleitor escolheu eleger? Não há como! Diz-se que um povo tem mesmo o governo que ele merece. As lamentações posteriores ao pleito, depois que o malandro estiver eleito, de nada ou quase nada valerá. O antes é e sempre será o tempo mais importante e onde devemos pensar ajustadamente com a verdade que conseguimos registrar dentro de nós ao lermos os discursos falados e os escritos dessas personagens todas.

No meu parco entendimento eleitoral, creio, Usaram impudicamente a máquina pública em prol de certos candidatos/candidatas. Houve jogo sujo aqui e acolá. Alguns quiserem vender ilusões em cima de um populismo inconveniente. Passaram dos limites, mas a história registrará esses fatos indigestos. Precisamos mudar ainda mais a nossa forma de fazer política eleitoral. Há horas que o que parece é que o que mudamos foi pouco demais.

A Casa Civil jamais poderia ter sido feudo político de quem quer que seja. Erraram e erraram muito. As coisas estavam e ainda estão claras. Usaram, além disso, o ídolo, o poder econômico, os circos. Só faltou trazer aos palanques as carpideiras para mais lágrimas derramarem com o intuito de manipular a emoção dos eleitores menos avisados da vida e da política.

Votar, em algumas partes do Brasil, ainda é uma aventura muito temerária. O eleitor é encurralado e vigiado como um bicho bravo. Vai longe, aliás, o tempo em que não se respeitavam as leis no Brasil. Isso é quase axiomático. Perigos há que nos rondam infrenemente, porém, quem os engendra sabe que podem ser julgados e presos. Votemos com consciência e peçamos a Deus que o novo Congresso que elegermos, não se transforme em um balcão de negócios paroquiais.Isso é deveras perigoso. Será que estaremos vivendo a época do”Tiririquismo” brasileiro? Dói na alma pensar assim. Prefiro acreditar que este texto esteja mais para a ficção do que para a nossa nova realidade eleitoral.