Psicografia Inusitada

Quero comunicar aos meus contáveis leitores que a crônica de hoje é, talvez infelizmente, mas prá mim feliz, uma psicografia de João Saldanha, o comentarista mais brilhante que o país já teve.

“ Meus amigos, bom dia! Amanhã é dia de eleições. Daqui do céu, e tendo um pouco de problemas com meu amigo Nélson, vou acompanhando o processo que se desenvolve por aí. Devo admitir que fiquei um pouco exaltado durante os debates a que assisti na companhia de muitos exaltados por razões opostas, mas o Pedrão segurou minha onda e, no final, tudo acabou bem. No entanto, como não me curvei mesmo diante de um general todo-poderoso, pedi licença para usar um instrumento a fim de opinar sobre o voto. Foi uma quebra de protocolo. Em geral, o pedido é aprovado quando se trata de contar historinhas que fazem bem à alma ou não criam polêmicas que possam atravancar o desenrolar dos dias, mas, no meu caso, era demais. Insisti no meu propósito como convém a um comunista ainda que esteja no céu. E, como obtive meu indulto, aqui vai o meu intento, mesmo que seja por um desconhecido de Rio das Ostras.

Meus amigos, votar na Marina amanhã é votar para um segundo turno com o Serra! Que bobagem é essa, minha gente? A Marina é a candidata daqui, todos torcem por ela, até Ele, o inominável! Mas e daí? A candidata está apenas fortalecendo um partido que tem pretensões futuras! Mas não é disso que se trata. Vocês estarão, amanhã, entre dois modelos: os que deixaram de ganhar o que pretendiam, e os que deveriam ganhar o que sempre mereceram. Trata-se de um plebiscito. Agora é com vocês.”

Sou eu o desconhecido de Rio das Ostras. Quanto prazer! Valeu, Saldanha!