(RE)PERDENDO O PROFESSOR (O que mais causa o Síndrome de Burnout em Professores?)
Fechou-se a porta da sala dos professores, era o momento reservado ao nosso recreio, mas de forma alguma foi pensando em desfrutar melhor, simplesmente aconteceria mais uma reunião daquelas... Foi a coordenadora que a fechou, como os alemães fechavam as câmaras de gás cheias com judeus a serem exterminados. Ali, ela nos acusava de matar aula dentro da sala de aula, e ainda ordenava aos professores passassem uma atividade paralela a fim de manter os alunos ocupados, enquanto os "lentes" vistassem os cadernos deles (Eles poderiam está lendo outras coisas, mas preferem ficar fora da sala sem fazer nada, mas nem eles e nem a coordenadora tem como alvo o bom emprego do tempo, visto que ela nunca quer mesmo é o aluno fora da sala, mesmo que estivessem ali lendo, fora da bagunça dos desocupados). Na pauta, constavam só dois itens apenas, isso parece pouco, porém foi gás suficiente para me deixar engasgado de forma a sentir necessidade de me desengasgar nesta crônica terapêutica (por isso ainda não morri de estresse). No momento, tampouco pude dizer algo, apesar dos estímulos e dos ânimos carregados, todos estavam cabisbaixos, eu também permaneci assim: cúmplices.
Nem sei se falei ou só pensei com muita força, mas em uma unidade escolar que leva muito a sério o planejamento (anual, semanal e alternativo) dos professores, “marcando em cima”, jamais podia acontecer tal “lambança”. Como pode um professor esbaldar-se em planejar para depois nunca executar? Coerente seria se o professor matasse aula dentro da sala de aula quando ele não tivesse planejado nada! Talvez ela esteja insinuando isso! Ou o mestre está só fazendo pirraça? Será compensador investir num planejamento "desfuncional"? Pois, o exemplo que nos deu foi, como se estivesse vistando os nossos caderninhos de plano, e nos forçando uma atividade paralela em nosso recreio (reunião desnecessária)!
“De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Psicologia do Trabalho da UnB (Universidade de Brasília), Iône Vasques-Menezes, no caso do professor, a razão para a incidência da síndrome está ligada, sobretudo, à falta de reconhecimento. ‘A desvalorização do professor, seja ela por parte do sistema, dos alunos e da própria sociedade, é um dos maiores agentes para a ocorrência do Burnout’, explica. O Burnout em professores pode ser caracterizado por um estresse crônico produzido pelo contato com as demandas do ambiente acadêmico e suas problemáticas. Para a pesquisadora, especialmente aquelas que não dependem apenas da ação dos docentes para serem resolvidas. ‘Existem problemas que estão muito além da ação direta dos professores, principalmente onde há uma situação de degradação do sistema. Nestes casos, a sensação de impotência é mais acentuada’, revela.” ( apud http://letrabydani.blogspot.com/2010/10/estresse-do-professor.html ). (11/06/2016).
Copiei o trecho a seguir, isolado com aspas, do blog do Prof. Pedro: “Por que tantos professores escrevem sobre seus fracassos no trabalho docente e não comentam nada sobre seus sucessos? Por que as piores condutas viram notícia e as conquistas ficam escondidas? Por que tantas pessoas passam a vida criticando a educação em nosso país, e tão poucas procuram discutir alternativas para melhorá-la?
Talvez se deixarmos de ficar olhando o problema e nos concentrarmos em achar uma solução, o estresse diário diminua. É necessário analisar os erros, mas também é necessário comemorar os acertos do cotidiano, para que a vida possa ter sabor!”
Será se esse professor Pedro (grego Pétros=pedra) está nos sugerindo o comportamento da ema, segundo a lenda: diante de qualquer dificuldade, ela corre e enterrar a cabeça em um buraco. Será se o professor acha que por fechar os olhos, não vendo o perigo, está isento dele! Assim, seriamos apenas "Emas" a morrer do "Síndrome de Burnout", por que ninguém nasceu para virar pedra!