Beleza e Amor
Mês de agosto, terminando. O último para poda de árvores e plantas, que obedecem à regra do corte: só em mês sem ‘r’.
O homem, já de idade, mas sem ser velho, cortava com alicate amolado, próprio para jardinagem, roseiras que estavam num canteiro de muitas folhas.
Os que entendem, dizem ser um erro. A soberana roseira é exibida; não gosta de matos e folhagens ao seu lado. Eram quatro. Foram cortadas com cuidado, mas já eram visíveis os sinais de decadência. Ficaram apenas com dez centímetros, aproximadamente.
O terreno foi afofado e adubado. Mas uma exuberante folhagem, que não era nunca mexida, permaneceu.
Um galho da poda foi plantado numa área mais limpa. Na semana seguinte, o marrou escuro que coloria sua extremidade passou a verde claro. Estava dado o sinal de que a mão que o plantou tinha intimidade com a Vida.
Em pouco tempo, como ainda é agora, transformou-se num sadio vegetal, caule sem compromisso e folhas que prometiam. Entrou a Primavera, e com apenas um ano a hoje solitária roseira abriu um botão que ainda não deve ser colhido. Amarelo.
Beleza e Amor. É onde mora Deus, na natureza e nos homens.
Não consigo entender de forma diferente.