Sozinho e Imundo.

Fiquei só entre pratos e copos. Nenhuma cópula, muito menos bons papos. Mais uma vez só. Todos meus amigos são canalhas, sem exceção. Serei eu um também?

Portas batem à aorta. Será um criminoso? Será o leiteiro? Ou será, quem o saberá, o simples pulsar de meu coração?

Mais uma vez arquei com a conta de querer viver! Fumo cigarros e vivo suas conseqüentes fraquezas. E as amo mesmo sendo fracas, pois sei que sem elas não seria forte.

O amanhã sempre será um novo dia mesmo que não o participemos! O estar de algum modo sempre aqui e agora é o que realmente importa. E outrora gotas caíram assim nas linhas de minha vida.

Nenhum dinheiro na carteira. Eu, somente eu.

Minha mulher não estava dormindo. Estava bonita, coçando o nariz.

Resisti a ver as imagens. Por isso bebo, por isso e muitas outras coisas.

É tudo uma questão de tempo, como dizia meu camarada de porto, tudo uma questão de tempo.

Como se percebe, todos os dias, tudo é sempre igual. Mudam-se épocas, passam-se séculos, mas a vida continua como que se fosse uma ordem irrenunciável, a vida e toda sua parafernália de problemáticas burocráticas.

Mais uma guimba lançada aos ares! Mais um temor.

Afinal, quando se está só não existe representação.

Savok Onaitsirk, 13.05.08.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 01/10/2010
Código do texto: T2531206
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