Sozinho e Imundo.
Fiquei só entre pratos e copos. Nenhuma cópula, muito menos bons papos. Mais uma vez só. Todos meus amigos são canalhas, sem exceção. Serei eu um também?
Portas batem à aorta. Será um criminoso? Será o leiteiro? Ou será, quem o saberá, o simples pulsar de meu coração?
Mais uma vez arquei com a conta de querer viver! Fumo cigarros e vivo suas conseqüentes fraquezas. E as amo mesmo sendo fracas, pois sei que sem elas não seria forte.
O amanhã sempre será um novo dia mesmo que não o participemos! O estar de algum modo sempre aqui e agora é o que realmente importa. E outrora gotas caíram assim nas linhas de minha vida.
Nenhum dinheiro na carteira. Eu, somente eu.
Minha mulher não estava dormindo. Estava bonita, coçando o nariz.
Resisti a ver as imagens. Por isso bebo, por isso e muitas outras coisas.
É tudo uma questão de tempo, como dizia meu camarada de porto, tudo uma questão de tempo.
Como se percebe, todos os dias, tudo é sempre igual. Mudam-se épocas, passam-se séculos, mas a vida continua como que se fosse uma ordem irrenunciável, a vida e toda sua parafernália de problemáticas burocráticas.
Mais uma guimba lançada aos ares! Mais um temor.
Afinal, quando se está só não existe representação.
Savok Onaitsirk, 13.05.08.