Unhas vermelhas

Um dia que voa é seguido de um lento, um vestido cinza esconde uma meia-calça preta furada. As unhas vermelhas enganam: duas cores para cobrir arremates. Mas se você olhar de longe nem irá reparar. Sou o rascunho perfeito, de longe intocável, um Monet tipo mosaico, lindo e despedaçado, não me olhe assim tão de perto, fico frágil.

Então, te peço não quebre a magia, torne-me misteriosa, feliz, intensa e sozinha. Preciso apresentar minha alma pura a minha persona falastrona e torná-las amigas. Num ar blasé, fito os primeiros raios de sol e estes fazem meu trend coach me esquentar.

Final de semana quente, lúdico, doce. Alguém que quebrou meu mundo virou um companheiro de final de semana, ajudei-o a colar novamente seu coração, ele me acarinhou e depois de dois dias novamente partimos... Num abraço longo, de memórias inexplicáveis, curamos nossas asas e voamos, não é sempre assim? Pequenas coisas que nem eu conseguiria explicar.

Ontem a noite foi longa, deleites em vãos em se perdido no vento. Ando mais magra, livro-me vagarosamente do peso. E as presenças que me desculpem, cansei do entra e sai sem sentido, hoje aguardo o endereço da chave e sinto a luz apenas para me proteger. Adoço meu paladar canela, açúcar e alecrim.

E chega a salvação para o corpo entregue, rezei e agradeci. Eu que hoje durmo em quase paz, só eu sei o que sofri e no acalento de abraços, nas trocas e partidas, eu chego arrumada, com vermelhas unhas cheias de arremates, um quase rascunho, uma página branca, e um sorriso pelo menos mais singelo, amarelo.