Imagem do meu arquivo pessoal.


SUICÍDIO: CORAGEM OU COVARDIA?


Não creio que possa ser considerado nem ato de coragem nem de covardia alguém tirar a própria vida. Coragem é algo de nobreza. Suicídio não tem grandeza alguma. Também não é covardia porque o covarde prejudica o outro e não a si mesmo.

Um exemplo para distinguirmos a coragem da covardia. O bandido mata por cobiça, ódio, desespero ou mesmo inveja. Ele sim age covardemente assassinando pessoas indefesas. O bom policial mata por preservação da própria vida ou para proteção da vítima. Então age corajosamente para manter a ordem e o direito de viver.

Então qual a causa do suicídio? Solidão? Não. Do contrário pai de família não destruiria a própria vida! Dificuldade financeira? Também não, pois há incidência em todas as esferas sociais. Uso de medicamentos, drogas, álcool? Se fosse o caso, haveria suicídio coletivo de usuários e dependentes. Idade? Novo demais, inexperiente para suportar as exigências da vida? Velho demais, cansado com os problemas ao longo dos anos? Não. Não existe um parâmetro que me leve alguma exata conclusão sobre o fato.

Imagino, no alto da minha leiguice, que a causa de tantos suicídios possa ser motivada pela instabilidade emocional. A pessoa sente-se insegura e impotente diante de situações difíceis e, aparentemente, sem solução. Aí, instala-se o desespero, a desesperança e em sua mente imagina-se eterno e único sofredor do Planeta. Entrando em estado gravíssimo de autopiedade, de extrema autocompaixão. Um melodrama em pensamentos destrutíveis perpassa nessa hora: “não tenho saída”, “ ninguém se importa comigo”, “não vou conseguir sanar as dívidas”, “não serei curado”, entre tantas outras idéias negativas que se somam no momento de instabilidade. A verdade é que sem auto-estima, sem de fé, a visão limitada da vida é porta aberta para se cometer suicídio.

Sabe, todos temos maus momentos. Se alguém disser que nunca passou pelo menos por um, é para se sentir privilegiado, pois acertou na loteria da vida! Quanto a mim, já passei por tantos dissabores e ainda passo e sei que não estou livre deles. Vi morrer pessoas queridas, quase perdi meus filhos, subtraíram-me todos os bens, enfim, um cota generosa de sofrimentos que tive que aprender recomeçar a vida muitas vezes.

A vida toda sofremos por diversos motivos. Seja por nós mesmos ou por alguém que amamos. Se um irmão está gravemente doente, angustia-me a impotência de não poder fazer muito. Ainda não aprendi a operar milagres! De uma coisa tenho certeza, por mais dolorido que seja, nada vai me fazer desistir da vida. Sabe por quê? Porque não sou covarde para me deixar vencer pelos problemas e dificuldades. Tenho ciência de que os momentos ruins são transitórios. E também não tenho coragem de fazer sofrer aqueles que me amam deixando-os.

Hei! Você aí que anda com umas ideias esquisitas e feias, procure fazer algo a seu favor! Primeiro ame-se. Saber-se querido é de grande valia nessas horas! Depois faça algo que goste, pense no que o deixa com aquela sensação de prazer. Nada de recorrer a medicamentos, drogas ou álcool! O bem estar encontramos livres de artifícios. Vem de dentro de nós ou dentro de alguém querido. Pode ser uma lembrança boa que surge na mente ou uma palavra animadora saída do coração amigo. O que não pode acontecer nessas horas de desespero é ficarmos sós. Minha avó sempre repetia um dito popular que cabe bem aqui “mente vazia é oficina do diabo”. E bem sabemos que ele não tem idéias bonitas para colocar lá dentro, não é?

Busque por algo maior que seja capaz de tirar essa idéia de pôr fim na vida! Se quer desistir de viver por estar doente, seja antes exemplo para alguém. Se o acidente de moto ou carro paralisou suas pernas, deixando para sempre numa cadeira de rodas, acredite, não é o fim! Ou se encontra com doença incurável, ainda assim espere pelo melhor sempre. Não desanime! Sim, é normal o desânimo, a revolta no início. A não aceitação é humana. Logo vai descobrir novas formas de sentir alegria. Tenha calma. Seja bom exemplo para outras pessoas.

Você escolhe seu amanhã. Poderá ser exemplo de coragem ou covardia. Pense bem no que deixará de herança para a família e para os amigos. Um exemplo a ser seguido ou uma fracasso a ser esquecido?