Cenários de uma Manhã ainda Jovem




               A manhã respira um novo ar de vida. No Céu algumas nuvens se dispersam espaçadamente.

                   ......

               O pulsar dos motores me agoniza os ouvidos despertos e, o homem ali sentado, fuma um cigarro, enquanto de olhar parado, me observa.
               E, cada passo dado me aproxima do meu mesmo. Meu mesmo batente forçado, dos mesmos sorrisos, tantos deles mal dados. Meu Deus, quando será que se findará esse dia, dessa rotina que sem nenhuma solidariedade me aniquila a ilusão de falsos dias traçados. No entanto, sempre resta o aprendizado.

               Na avenida por onde me passeiam os pensamentos, eu sigo, compassadamente. Muitas árvores já deram seu primeiro sinal de primavera. A estação se repete mais uma vez, mas, eu já não sou igual a quem eu era.

               Vigias, com seus uniformes bem alinhados, me observam e esperam pela saudação de um bom dia. E desde o começo até ficarem para trás, medem meu distanciamento. Nessa rota que sempre pelo mesmo tempo, me passa e vai, ou sou eu quem passo e vou? Porém, hoje eu me atrasei.

               Atrasei-me me encantando com as flores que eu vi logo cedo, pelas beiras das calçadas. Inocentemente belas e enlevadas em sentir o sol.

               Primaveras de todas as cores se espalhando por sobre todo e qualquer muro. Por sobre qualquer galho que alcançaram. Elas se lançam, sempre mais belas e floridas.

               Em minhas mãos ainda restam alguns falhos lampejos de idéias. Algumas das quais eu separei para mais tarde, no meu mais precioso momento do dia. Quando meu eu também se estende para soprar poesias. Frágeis linhas, plumas poucas, ganhando o mundo pelo vento e sempre à revelia.





                      




                     *** imagens google***




AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 30/09/2010
Reeditado em 05/02/2012
Código do texto: T2529645
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