PAIXÃO – REVELAÇÃO QUE TRANSFORMA NOSSA VIDA
 
 

Hoje é dia de sentar na pedra e pensar... Pensar sobre as nossas ações, que se explicam por serem motivadas. Somos tomados por sentimentos e emoções independente de nosso consentimento e uma vez afetados não temos como evitar a resposta, seja de prazer, dor ou cólera.
 
A paixão, que é um impulso, uma força, uma energia vital, exigindo um modo próprio de ser vivida, é um desses sentimentos. O ser afetado por ela está sujeito de acordo com sua etimologia - que vem da palavra grega pathos -  a sofrer, suportar, deixar-se levar por. Uma vez acometido de uma paixão associada ao amor, um amor intenso, fulminante e perturbador da alma, que não permite perceber os acontecimentos com clareza, só resta ao ser afetado, recorrer a  razão  em busca de elementos de compreensão e controle da realidade e partir para a   ação  , tentar se possível, conter o seu desejo e evitar a dor, uma vez que é o  desejo que põe o ser humano em ação.


A paixão amorosa segundo o sociólogo italiano Francesco Alberoni, é uma revelação, uma fulguração que transforma toda a nossa vida, além de tudo é exclusivista, seu objetivo é um só e não pode ser substituído, exigindo total dedicação. No entanto, pode ser unilateral, isto é, pode não ser correspondida.

Mas a paixão amorosa não é o único tipo de paixão, existem tantas paixões quantos são os afetos humanos, é encontrada no ódio, medo, inveja, glória etc.. Hegel acreditava que nada de grande se faz sem paixão. Já Platão deixou dito que somos constituídos por três almas, uma pela qual compreendemos (racional) , outra pela qual nos irritamos (irascível)  e a outra pela qual “desejamos os prazeres da comida, da reprodução e todos os outros da mesma família” (concupiscível) . Achava ele, que o sábio seria aquele que fortalece a razão, alma superior e não se deixa arrastar pela força das paixões.

Palavra final sobre paixão amorosa, ainda de Alberoni: A paixão se alimenta da tensão criada pela diferença do outro porque é ela que nos atrai...

 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 30/09/2010
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