Um ótimo chapeiro.
 
Há uns dez metros eu já ouvia o som do violão e o Nílson cantando Tristeza não tem fim, felicidade sim. / ... A felicidade é como a gota de orvalho... numa pétala de flor...

Entrei na lanchonete que todo fim de semana apresenta bons cantores e lá fiquei com minha cervejinha e com música brasileira. Tive vontade de comer um bauru. O atendente já o pediu ao chapeiro. Este, muito atencioso, me perguntou em qual pão eu queria que ele o fizesse, pão francês, de forma light ou integral. Escolhi o integral e salientei que gostava do pão bem tostado. Em poucos minutos ele o aprontou com perfeição. Notei que ele cortava queijos e presuntos sem exagerar nas quantidades que, muitas vezes, de tão enormes, ficam horas no balcão de frios ou até sobram para o dia seguinte.

A música continuava alegrando a todos. Agora era a Rita que cantava com sua voz maviosa ... Não deixa o samba morrer / não deixa o samba acabar...

Naquele momento, o dono se chegou a mim para cumprimentar. Resolvi elogiar o chapeiro por seu desempenho e perguntei se ele era seu filho. O dono, com um ar sério, me respondeu com outra pergunta:- Um filho faria isso para seu pai? Ele sorriu e foi cumprimentar outros fregueses.

Pensativa eu respondi a sua pergunta:- Não, ainda mais sendo seu pai o dono de uma bela lanchonete com um movimento tão bom.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 29/09/2010
Reeditado em 26/03/2016
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