NADA SE CRIA?
Passei o final de semana esbarrando mentalmente na frase de Lavousier "Na natureza nada se cria, tudo se transforma". Se naquela época, idos do século XVII, isso já se aplicava, hoje ela está mais verdadeira do que nunca.
Resolvi escrever um artigo sobre um determinado assunto e fui em busca de informações na Internet. Qual não foi minha surpresa ao dar de "cara" (ou de olhos!) com o mesmo assunto escrito, e por mais de uma pessoa, no Recanto das Letras! Murchei na hora... Desisti e saí à cata de outra pesquisa para embasar meu artigo. Não é possível! pensei eu. De novo? E novamente no Recanto das Letras?
O que está acontecendo com esse mundo afinal? Será que não existe nada mais que seja inédito? Pois é, não existe! Ou será que nunca existiu e a gente não se dava conta disso?
A rapidez nas comunicações, tornando instantâneos os fatos e as "criações", praticamente nos deixam com a sensação de que já não poderemos criar mais nada. Ou que tudo já foi feito! À nível de literatura, pelo menos, é o que acontece. Pois, nas minhas incursões pela Internet, vejo o mesmo assunto abordado centenas de vezes! Alguns até parecem xerox dos outros!
São nesses momentos que agradeço à vida por ser professora de História, por ser uma "ratazana de biblioteca". Porque é do hábito de ler, de preparar minhas aulas, de resumir conteúdos de vários autores, que tenho facilidade de escrever. Sem copiar, interpretando simplesmente.
Mesmo assim, me vejo, as vezes, meio perdida. São aqueles momentos em que a inspiração "tira férias" e a gente acha que não vai mais conseguir escrever. Estou saindo de um período assim... graças a Deus! E embora "na natureza nada se cria", pelo menos eu tenho oportunidades de contribuir para que ela "se transforme". Pode não ser inédito, mas é o meu jeito de ver as coisas. Simples assim... como diz meu amigo Wramoss.