AH, OS AMIGOS, QUE BOM TÊ-LOS, SE TÊ-LOS QUE BOM OUVÍ-LOS (EC)
 
 


Ah, os amigos, que bom tê-los , se tê-los que bom ouvi-los E se a Mercedes Sosa tinha muitos irmanos eu tenho muitos amigos/amigas. Linda é uma delas, com quem gosto de conversar e ao vê-la abraçada com um livro da Cecília, indaguei: E ai Linda, lendo a Cecília, está se sentindo alegre, triste ou poeta? Confessa pra mim. Ela riu , depois se fez séria e me falou: Confesso que...que... Pensando bem, ontem eu teria o que confessar; confessaria sentimentos absurdos; confessaria  lágrimas  desnecessárias que teimaram em cair; confessaria a minha fraqueza, a minha falta de auto-estima o meu desencanto, a minha tristeza, a minha revolta comigo mesma.


Mas hoje confesso que os sentimentos se foram, que as lágrimas secaram, que voltei a sorrir e que a tristeza deu lugar a alegria, para finalmente, confessar : o que fui, o que fiz, o que disse ontem, esqueci e que por força de minha vontade, pela vitória conseguida sobre mim mesma, por conta de minha naturalidade em encarar os fatos  não me vejo mais com disposição para confessar o que me vai por dentro,  e mesmo que, se persistisse algo  eu não mais confessaria. Nem hipoteticamente eu diria pra Deus: Eu pecadora, me confesso a Ti... (Ele por certo riria de mim e eu dos meus “pecados”)


Linda silenciou e foi a minha vez de falar, apenas para acrescentar: conhecendo você como conheço eu também riria dos seus “ pecados”.

 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 27/09/2010
Reeditado em 27/09/2010
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