A idiotização
Quando a ética se esvazia na atitude da população é que já se instalou a idiotização. Que o diga a gritaria de certas carreatas.
Uma coisa eu sei: não vou votar no sujeito candidato a deputado federal que mandou circular um caminhão de som, seguido da “carreata da vitória" nas ruas do bairro. Pior do que cantar a vitória fora de hora, é o barulho infernal das buzinas, da música, da gritaria e dos fogos, e mais a lavagem cerebral que isso certamente causa. Mas comigo não.
Observe-se com um pouquinho de atenção todo o estardalhaço, e não será difícil perceber o que significa, para o sujeito, ser eleito. Observe-se que ele não mede esforços pra lustrar o umbigo, digo, a cara. Duvido que, eleito, venha a ter atitudes dignas e éticas em relação à política, ao povo que representa. Mas curioso, mesmo, é a cegueira dos que saem da missa - é domingo e o candidato é ligado à igreja – para correr atrás do circo.
Lá está ele, plantado sobre o caminhão de som. Digo “vade retro” mas a mensagem, temerosa de atravessar o inferno instalado pelo candidato, fica paralisada num silêncio por ela recém-inventado.