LACERDA E GREGÓRIO
UMA HISTÓRIA POLÍTICO/ECOLÓGICA

Todos que leram ou viveram a ditadura de Getúlio Vargas devem lembrar de dois personagens importantes da época: Gregório Fortunato (pelego de Getúlio) e Carlos Lacerda (jornalista), inimigos mortais, cujas intrigas culminaram com a morte do Presidente.
Bem, mas o caso aqui, é outro. Os dois inimigos em questão com o mesmo nome, são quase microscópicos.
Em quase todos os jardins das cidades brasileiras existe uma árvore frondosa a que todos chamam de Fícus. De umas décadas para cá, uma praga que os entomologistas chamam de Trips, inséto pequeno, enrola as folhas do fícus transformando-a em charuto. Enquanto isso, em dias de verão, esses insetos saem de seus abrigos e atacam as pessoas que estiverem usando roupa de cor amarela. Caindo no olho, a dor é insuportável que arde como fogo. O nome de batismo que foi dado a este inseto foi de Lacerdinha (em homenagem ao perseguidor implacável). Quase tudo foi feito para acabar com esta praga. Algumas prefeituras até eliminaram algumas árvores, mas nada adiantou.
A Lacerdinha ia muito bem, até que apareceu o seu inimigo natural, um inseto preto a que os técnicos batizaram de Gregório (capanga de Getúlio).
A Lacerdinha, no início, começou a perder a guerra contra Gregório, uma vez que este atacava suas larvas devorando-as.
O tempo foi passando e Gregório não resistiu, acabando por entregar os pontos. Hoje, quem passar debaixo dessas árvores, verificará que as folhas continuam enroladas, que a Lacerdinha continua lá, menos agressiva e que mais uma vez derrotou seu terrível inimigo. Pior para nossos olhos.