Incompetência ou má-fé
Mais uma vez os Supremos julgadores das leis deste país deixam de cumprir o papel que lhes cabe. Não pretendo defender minha posição quanto ao mérito da chamada Lei da Ficha Limpa. Não assumirei o encargo de personalizar a questão. No entanto, há já algum tempo se arrasta este movimento popular de moralização sem que tenha sido dada a devida atenção para fato tão relevante. Protelações e desculpas de excesso de matérias a serem julgadas empurraram o assunto para as vésperas do pleito e os nobres juizes preferiram permanecer em cima do muro da comodidade. Tal qual uma farsa burlesca, um formador de opinião, do peso do comentarista da maior rede de TV, aparece para jogar a responsabilidade de sufragar ou não candidatos notóriamente reconhecidos como "ficha suja". Ora bolas, os Supremos julgadores são designados para o cargo que ocupam pelas forças políticas que comandam o país e jamais, em sã consciência irão cuspir no prato em que comem. Afinal de contas, são no fundo "adevogados" especializados em burlar o vernáculo, distorcer as palavras e colocar na boca dos ouvintes as conotações desejadas das frases pré estipuladas cujo sentido atenda seus desejos. Há que haver, qualquer que seja o resultado, uma definição, para que o país, e os homens e mulheres de bem, que aqui vivem, possam sentir a segurança, ou o terror, necessários para continuarem a acreditar, ou não que este pedaço do universo ainda tem jeito, ou precisa ser reciclado.