Uma carta sincera
Hoje eu serei sincera como eu nunca fui, o ludibriar sempre fez parte da minha persona, sim, de devaneios construí um mundo rosa e nele aprendi que a vida deveria ser maravilhosa. Honestamente, hoje minha vida não é tão doce quanto gostaria, e afinal o que é a verdade?
A verdade é feita de momentos e de lembranças. Finalmente achei o que poucos encontram a felicidade de ser sincera. Você fez parte do mundo lúdico que queria criar para mim, um mundo onde a mágica era confundida nas margens do silêncio, onde a vida era incrível, sim tivemos momentos incríveis, e há mais de um mês fiz de suas palavras verdades absolutas e muitas vezes me perguntava se era real.
Hoje em dia vejo que os tempos são assim, desorganizei minha vida assim como meu guarda-roupa - me embebedei de sapatos e livros e tentei acreditar se o que me dava era de verdade... Sim, era verdade - mais era descartável, não consigo lidar com a vida de "liga-desliga", com coisas voláteis e supérfluas, sim sou intensa e honesta e agradeço meus trinta e dois anos de ter me tornado assim, hoje durmo com a paz de quem lutou por tudo que desejava e quem conseguiu nesta loucura do cotidiano ser normal.
Tenho meus momentos, minhas doçuras, minhas paixões e meus ciclos. E mais ainda tenho orgulho de ainda poder dizer que fui inocente suficiente para acreditar no que escutei. Escutei cada detalhe, falei tudo - imaginei cenas e fotografei memórias, tudo para que um futuro distante lembrar de que conheci inesperadamente alguém que eu apenas acreditava.
Inocência faz parte de mim, cada um no seu mundo, cada noite com a sua lua, e logo quando pensei ter me despido da sua presença. Es que surge pedindo para não sumir e mais uma vez acreditei, respondi a você, com a paz que me encontrava e nem isso foi capaz de me dar uma resposta, então, não posso mais viver descartavelmente, e não foram seus silêncios que me fizeram colocar os pés no chão, foram o não valor que dava as suas palavras, eu até hoje - não entendo o que se passou, talvez por isso seu enigma me fascine tanto ou então o beijo doce e as trocas. Na tarde de sábado vi, que não, não posso colocar nada que não seja real na minha vida, algo que se construí com ilusões, não tem mais valor, e olha que quem diz isso ainda ri inocente encantada por mais um pôr-do-sol.
Sim, intensa, verdadeira e real, foi isso que fui para você, não posso dizer se tive o mesmo, por mais que eu ainda ludibrie que tenha sido sua intenção, mais acredito que o medo e os fantasmas que guardas no armário, não deixaram que o novo se fizesse real, e assim, mais uma vez Alice volta do país das maravilhas e lembra o quão incrível era lutar para ser princesa. Eu fui uma princesa sem castelo. Por isso, hoje em pleno sonho te escrevi, para tentar entender o mistério, para desabafar, para sei lá fazer com que algo se mova e as coisas se encaixem... Ou simplesmente agradecer... Porque se eu olhar no fundo do azul de seus olhos não sei se encontrarei a pureza que neles idealizei, a sua frieza se deu me congelou. Não sei mesmo, qual a intenção deste texto ou de minhas palavras, não sei se é o nunca mais, até logo ou venha só sei que hoje precisava colocar no papel qualquer resquício de sentimento, só sei que em noites de lua ainda sorrio e por muito menos a vida continua.
Então a vida continua, amigos? Será que um dia você me daria tal espaço? Não cobro ou cobrarei migalhas ou atitudes - muito menos explicações, gostaria que caso estas viessem - fossem por honestidade, sentimentos que são melhores que meros devaneios. Por isso aqui finalizo meu desabafo. E no mais se lembre seja feliz, um dia de cada vez e cada vez mais leve.