É terna idade
_ Tô de mal!!!
Bom, não seria a primeira e nem a última de uma seqüência de tantos momentos sãos daquela amizade-irmã. E não poderia ser diferente. Afinal, como é que se pode concordar e fazer todas as vontades e delírios...
_ Mais uma vez, você quer dizer.
_ Tô de mal e não vou mais brincar contigo. Ponto final.
E mais um dia transcorria entre Juca e Bento. Loucos para conversar sobre o jogo que descobriram na internet, mas não dava. “Tô de mal” era uma senha, um combinado, nada muito contratual, mas não deixava de ter lá a sua ética.
Todos reparavam naquilo. Os bicos, os senões e aqueles dois sem se falar. Às vezes, poucas, é verdade, alguma provocação. Isso durava o dia todo. Aquelas horas aproximavam os dois da eternidade.
_ Puxa vida! A eternidade deve ser...
_ Demorada!
_ Cara, não dá nem pra sonhar e você já vem com seus argumentos...
_ Convicções. Convicções. Fica melhor.
Uma eternidade que, na falta do outro, completava-se com a presença do amor sincero que, se sabia, estava o tempo todo ali, entre os dois. O “tô de mal” reservava esta ética, como se dissesse:
_ Dá um tempo!
_ Ah! Mas só um pouquinho...
A eternidade se fazia assim...