ARTISTA REVOLUCIONÁRIO


A humanidade sempre passou por momentos difíceis, seguindo em situações conflitantes, gerações após gerações, comandada por homens ambiciosos, maquiavélicos e adeptos do despotismo. E os povos humildes, sendo sempre a maioria das populações, sempre foram explorados e escravizados pelas classes dominantes. E a arte revolucionária sempre foi o único veículo informativo e a única opção para os povos alcançarem as suas libertações e a garantia dos seus direitos humanos de igualdade, de fraternidade e de liberdade...
O artista revolucionário sempre foi, em todos os tempos, um verdadeiro pensador político de vanguarda asfaltando os caminhos da ignorância inútil dos poderosos. Ainda que, muitas vezes, o reflexo de sua arte fosse repercutir no social, décadas ou séculos depois, o que importa é a proporção da metamorfose implantada em prol da evolução da humanidade. O artista revolucionário sendo um idealista, diferenciado, portanto, do artista unicamente mercantilista; não tem a preocupação efêmera do sucesso ilusório e, com isto, está sempre confrontando os distúrbios da sociedade humana, enfrentando todos os veículos de desigualdade social. O seu objetivo é justamente delatar as injustiças sociais, econômicas, políticas e religiosas com as quais sofrem represálias as massas oprimidas.
Nunca estivemos tão próximo do caos absoluto quanto esta empedernida época do materialismo cético. Quanto mais avançamos no mundo tecnológico; mais nos afastamos dos princípios morais e éticos de uma sociedade politicamente organizada. Uma grande euforia em despertar o consumismo, o desejo de ser campeão, o desejo de fazer sucesso a qualquer preço têm-nos induzido às grandes neuroses e aos grandes quadros depressivos da atual modernidade. E estes desejos materialistas perseguidos por todos só são realizados pelos detentores do poder obsoleto da economia capitalista. Aos filhos do capital são dados todos os direitos e todos os prazeres materiais; ainda que para isso toda uma sociedade descapitalizada tenha que pagar a conta de todos os prejuízos sociais que os vícios burgueses acarretam... E os artistas mercantilistas, aproveitando esta euforia do consumismo, acumulam fortunas vendendo uma arte camuflada e sem propósito nenhum, além de promover a alienação das massas assalariadas...
Eu sou um artista revolucionário e, como em outras épocas, tenho muitas dificuldades de introduzir a minha arte no mercado consumidor. Sou de uma opinião categórica de que a nossa humanidade está precisando, com urgência, de um novo Sistema de Coisas... Os Sistemas capitalistas, socialistas e comunistas não encontraram as soluções necessárias para organizar, com bondade e justiça, as sociedades humanas. Do ponto de vista sociológico, eu creio que a minha intenção em escrever um livro apresentando ao mundo o Sistema Ecomunitarista seja uma grande revolução política, econômica e religiosa, acompanhando a evolução espiritual da nossa humanidade através do processo de regeneração do Planeta Terra que já está ocorrendo...
Não tenham a menor dúvida de que ser um artista revolucionário, num mundo materialista tão conflitante, é uma missão muito desgastante, que somente a minha fé científica e a minha irredutível perseverança, ainda que com muitas crises depressivas, podem suportar e me fazer seguir em frente no anonimato; mas sempre destemido...


FERNANDO PELLISOLI
Enviado por FERNANDO PELLISOLI em 23/09/2010
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