Eleição 2006, combati o bom combate. 

     Combati o bom combate, palavras de Paulo quando já percebe o final de sua missão, quando já sente o findar de sua caminhada, quanto tem a consciência que seu tempo está próximo. 

     Esta frase é sempre dita por todos que depois de lutas chega ao momento final de uma decisão. Quando está no momento do veredicto. Frase de São Paulo repetida por varias pessoas e por diversas circunstâncias. Pois bem, esta frase quero também colocar a todos aqueles que sempre me lêem. 

     Escrevo poemas, crônicas, e sei que tenho vários amigos leitores que em certas literaturas são nossos admiradores, outras porem, não concordam pensando até mesmo antagonicamente sobre determinados temas por mim abordado. 

     Eu particularmente, acredito que as pessoas não mudam de pensamento ou posição a não ser que estejam convictas da necessidade de mudar. E esta convicção é desenvolvida a partir de fatos concretos. 

     Durante os acontecimentos que foram se sucedendo na política desde a corrupção dos correios, comecei profundamente a avaliar o governo atual pelo acompanhamento dos fatos. Sempre procurando ponderar o que poderia ser excesso da oposição e o que realmente poderia haver de verdade. 

     Vendo todas as denuncias e como se procedia o governo em torno delas, fui formando minha convicção e assim, passei a tecer minhas criticas através de artigos, crônicas para levar muitos eleitores que são internaltas a refletirem também seus pensamentos. Somos movidos pelo tempo, pela emoção e também pela razão. 

     Foram quase dois anos de denuncias, investigações sobre atos de corrupção. Quando se parecia que os fatos sobre corrupção estavam no fim, surgia outra e mais outra denuncia. 

     Nunca a mídia teve tanta matéria jornalista para veicularem que prendia a sociedade frentes as telas, rádios e jornais. As noticias de corrupção política eram motivos de disputa pela mídia. Cada uma ( mídia ) atenta nos furos de reportagem que não paravam de surgir. 

     Quando o governo se sentia acuado e parecia estar minando suas forças, ele mesmo se encarregava de construir novos focos de corrupção para atingir a oposição e igualar as forças. E este foi o jogo constante. 

     Houve todo um aparato e estrutura do governo envolvido no intuído de dificultar as investigações como a policia federal, Ministério da Justiça. O governo atuou maciçamente para se esconder os fatos que atuou nos três poderes. Porem, o governo está tão podre que qualquer tentativa de abafar ou desfocalizar as investigações o fogo e foco, sempre  atinge pessoas do seu governo. 

     Chegamos a campanha eleitoral onde certamente, a oposição iria levantar e levar a tona todas as denuncias de corrupção dos últimos anos, algo legitimamente democrática. Eleição se faz com o reviver do passado político do ultimo mandato, como apresentando programa futuro de governo. Enfim, disputa eleitoral é feito de contrapontos do passado com futuro, o eleitor avalia e escolhe. 

     Pois bem, quando se parecia que tudo estava resolvido e que nada mais de novo iria surgir é descoberto mais um fato que abala o governo e seu partido. A compra de um dossiê por R$ 1.700.000,00 por coordenadores da campanha nacional – dossiê este que na verdade nem existe, pois se existisse, certamente estava sendo divulgado na mesma extensão que tem sido colocado a compra dele. O mais surpreendente é que as fotos que poderia complicar a candidatura dos adversários do governo foram publicadas e o dinheiro que certamente comoveria a sociedade e prejudicaria o candidato do governo não foi. 

     Como iniciei minha crônica repito, não são as pessoas que mudam nosso pensamento, mas sim nossa convicção a partir de profunda analise e reflexão. 

     Não dá para imaginar que assistindo atentamente – como grande parte da sociedade assistiu – todas as mídias, podemos imaginar que Lula não teve nada haver com as corrupções as quais foram escancaradas. Os envolvidos foram companheiros de longa data, militantes que sempre andaram juntos, sentavam, discutiam estratégias para varias ações políticas. 

     Certamente, nenhum dos candidatos de oposição a Lula podem representar o pensamento e a ideologia de grande parte do eleitorado. Porem, a certeza que deveríamos ter é que Lula não deveria retornar ao poder e assim, usarmos da arma que temos para eliminá-lo da vida publica que é o voto. 

     Na atual realidade em que o país vive qualquer candidato é melhor que o atual, não deveríamos lutar por este ou por aquele político, mas uma união nacional para que Lula não seja reeleito. E assim, iniciar uma nova pagina na história brasileira. 

     É fundamental que tenhamos em mente que estamos sempre recomeçando. Quando Sarney assumiu a presidência estávamos iniciando um capitulo novo na história brasileira – embora Sarney era cria da ditadura e foi do partido que apoiava-a. Com Collor o povo exigia uma mudança de rumo para o país, Itamar de certa forma foi a continuidade de Collor e o país estava com auto estima elevada tanto que fez seu sucessor. FHC em seu mandado, no entanto, seguindo um projeto neoliberal saiu das trilhas que o país caminhava e o povo elegeu Lula para frear o que vinha ocorrendo. Porem, agora o povo na sua sabedoria precisa reescrever um outro capitulo na história do Brasil que é o cerco à corrupção, e o primeiro passo é mudar os nossos dirigentes.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 28/09/2006
Reeditado em 28/09/2006
Código do texto: T251527