TATUAGENS! E QUEM NÃOS AS TEM?
Tatuagens! E quem não as tem?
Não vamos falar aqui das tatuagens comuns, destas que são feitas por aí, e que por muitas vezes representam sérios riscos de infecções e até transmissão infecto-contagiosas como a AIDS, por exemplo. Nem vamos falar também daquelas que se cobrem por inteiro como verdadeiros alienados em sujar seus corpos, e muito menos daquelas feitas por algumas atrizes a cada vez que trocam de namorado e depois não sabem como fazer para o próximo não dar bola para aquele verdadeiro rosário de nomes que estão até nas suas partes mais íntimas. Imagine sua namorada fazendo um Streep, e você cheio de amor para dar de repente de cara com o nome do ex dela, bem lá! É ruim, hein?
Vamos falar de outras, que nos acontecem por toda vida, e das quais não temos a menor chance de aceitar ou recusar. Podem apostar que assim como o meu, o corpo de cada um de vocês que até nos lê, está cravejado delas.
A cada dia de nossas vidas, acabamos ficando marcados por fatos, ilusões e desilusões, alegrias e tristezas, amores e desamores, afetos e desafetos, que acabam deixando marcas invisíveis, mas também indeléveis em nossos corpos, corações, sentimentos, alma e memória.
Parem de ler agora! Pensem em quantas destas marcas vocês já tem!
Pois é!
O mais incrível é que se formos prestar bem atenção, todos os males que recebemos nos ficam como tatuagens escuras, em preto e branco, disformes. Já as dos bons momentos de nossas vidas nos caem como de intenso e belo colorido, não? Mas também vamos concordar que muitas coloridas, de amores ou amizades que julgávamos reais e sinceras, se tornam depois, negras, nebulosas, com as marcas reais da decepção.
Por isso, gostaríamos de com vocês lembrar, de que quando amantes se acariciam e se abraçam, rolam nus na hora do amor, estão deixando suas mãos, seus lábios e seus corpos tatuados entre si. Mesmo que depois se separem, não adianta negarem, as marcas estão aí! Seria tão bom se soubéssemos sempre conservá-las coloridas!
Mas nem todos pensam assim!
Não vamos esquecer também, de que quando se abraça uma pessoa, aperta a mão de alguém, recebe ou dá um beijo na face, ou até mesmo com o som de nossas palavras ou até mesmo este texto de agora, se está ficando e deixando uma tatuagem indelével para o resto da vida. Invisível é claro, mas para sempre!
Ao ler agora, na certa vocês gostariam talvez de apagar muitas tatuagens deixadas em suas vidas, seus corações e quem sabe, principalmente em seus corpos. Posso lhes perguntar, para quê e por quê?
De todas, podem ter certeza, por mais escuras e feias que tenham ficado com o tempo, saibam aproveitar pelo menos uma das cores originais. Mesmo que seja a preta! Não importa! Afinal de contas, vocês não têm mesmo como fugir dela!
Por outro lado, vocês gostariam de esquecer todos os tabefes levados na vida, mas não se esqueçam de guardar aquele primeiro que levaram na bunda quando nasceram, e que lhes fez acordar para esse mundo.
Os outros podem ter certeza de que arderam mais na mão de quem bateu do que em que apanhou. Eles podem até negar, mas que ardeu, ardeu!
Em todas as palestras faço questão de levar esse tema das tatuagens, porque nelas, os que ali estão presentes, como vocês agora, também estarão tatuados para sempre, em nosso coração!
Antonio Jorge Rettenmaier, Escritor, Cronista e Palestrante, membro da AGEI, Associação Gaúcha dos Escritores Independentes. Esta coluna faz parte do Livro Fala Sério! que pode ser adquirido pelo email ajrs010@gmail.com