ESSAS MULHERES MARAVILHOSAS
- Para Marina Alves, escritora, amiga e recantista de Lagoa da Prata.
Acreditam muitos que as coisas estão por aí - tal como são -, desde que Deus fez o mundo. Outros dizem que o Ambiente selecionou os mais aptos, para sobreviver. Em aparente surto, uns tantos apregoam que só o Nada existe: tudo o mais é ilusão dos sentidos. E, finalmente, aquele que responsabilizou o Tempo por esta nossa viagem sem fim - “A vida é um contínuo vir a ser!” (Heráclito, de Éfeso, filósofo).
- Parabéns, querido!
- Obrigado. Mas o meu aniversário foi no começo do ano.
- Não se faça de mais sonso do que já é. Coisinha do pai!
- Será possível o elefante esconder-se atrás da pulga?
- Fiquei com ciúme, pela parte que não me coube, em sua crônica do Dia da Mulher.
- Às vezes, acontece. Depende das musas.
- Chato! Então me conta de quem são as curvas suaves, voz rouca e sussurrante...
- Não se pede ao cristão que cometa um pecado destes! Como dizia aquele gato malandro, no desenho da TV: "- Saindo pela tangente!" São de todas e de nenhuma!
- Tou carente, no dia dos Namorados escreve uma coisa chique, pra mim?
- Coisa chique é roupa, sapato... Não me aperte sem abraçar. Fui namorado há tanto tempo. Seja lá o que eu escreva, soará cafona. Ninguém gosta de lembranças alheias.
- Da boca pra fora! Só fraco da idéia pra dispensar uma palavra de carinho.
- Veremos. Agora, me dá um abraço. Rua não é sala de visita. Tem gente reparando. Sobretudo, não se esqueça de que você é comprometida, quase noiva.
- Só se for com Jesus Cristo!
- Outra vez, não. Meu Santo Antônio! Mais um “ex” para a lista, no caderninho dela. Quem falou, outro dia, que encontrara o homem definitivo da sua vida?
- Alguma coisa é definitiva na vida? Quebrei a cara. Homem não presta. Só meu pai.
- Se as mulheres soubessem o quanto ficam maravilhosas, ao se zangarem...
- Bota vergonha na cara e crédito no celular. Quarta-feira , depois do almoço, o cronista da cidade não está com boas intenções. Perfume Givenchy... Deus seja louvado!
Ela falou dia dos namorados? Tive uma namorada que me dispensou porque nunca me lembrava do seu aniversário. Qualquer recordação, alguma experiência minha, estará com data de validade vencida. Como aquele caso de um vizinho de quarteirão. Ele era outro arrebentado na vida (eu, pelo menos tinha uma bicicleta de segunda-mão!), que se apaixonou por moça rica. A família dela implicou com o romance. Restou aos pombinhos fugir! Era moda, nestes casos, namorado raptar namorada. Ele vendeu o aparelho de som, discos, e passaram o final da semana em lua-de-mel antecipada, na vizinha e aprazível Lagoa da Prata. Segunda-feira, sem grana para o café da manhã, ela telefonou ao pai pedindo que fosse buscá-los.
Reformaram-se costumes e ortografia. Ninguém rouba noiva, mais. Hotel é com M. O celular toca... Ligação a cobrar! Pago uma pizza ao leitor ou leitora que souber: quem é a pessoa que está no outro lado da linha? “Tudo muda, para continuar do mesmo jeito!" (Dilermando, de Bom Despacho, que se diz cronista).