OS GALINHOS



 

De repente percebi meus galinhos portugueses só com a crista e o papo vermelhos. As penas que lhes cobrem o corpo, assim como seus rabos parecem ter sido pintados de azul-claro. Há trinta anos aqui em casa, passo longas temporadas sem lhes dar a menor bola, chego a me esquecer deles. E fiquei impressionada ao ver que ainda conseguem mudar de cor conforme o tempo. Quando chove, ficam rosados e se o tempo está firme, azuis como agora.

Quando comprei um lá em Portugal e depois ganhei o outro, achei que era balela, só funcionariam alguns dias, depois ‘morreriam’. Minhas crianças tentaram várias vezes fazer o teste. Abriam uma torneira e ficavam com eles ali por perto, 'pra pensarem que está chovendo', diziam. Próximos da umidade, logo se transformavam, ficavam cor-de-rosa. Perguntavam-me qual era o truque, eu não sabia responder. E até hoje permaneço na ignorância, pois nem imagino o motivo da mágica, nem entendo de química. Sei é que os galos, mesmo velhinhos, continuam a cumprir sua missão: ‘indicadores do tempo’.

Um deles é igual a este da foto, pequenino e leve. O outro é mais bonito. Tem o corpo maior, em vidro transparente, só com as asas e o rabo cobertos do tal material ‘misterioso’.







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