CRÔNICA PARA UM HOMEM E SUAS MULHERES



 

José Agildo casou-se duas vezes. Ao lado da primeira esposa viveu uma história intensa com todos os ingredientes clássicos da inexperiência amorosa. Passaram quase quinze anos debaixo de vários tetos porque Teodora Alice sofria de compulsão habitacional. Não parava mais do que um ano na mesma residência.

Quando a mulher dizia estar deprimida, José Agildo se transformava em malabarista do orçamento doméstico para cobrir a esposa de mimos: jóias, roupas, sapatos, bolsas e as viagens para o exterior que o faziam perder o sono desde o embarque na primeira classe! E ai dele se sugerisse classe executiva! Seria executado pelo furor da mulher de mil e uma casas!

Um dia, cansado de tantos caprichos, resolve romper o casamento. Volta para a casa da mãe que em homenagem ao filho pródigo, usa a aliança que Teodora Alice jogou no lixo do lavabo do último apartamento onde moraram! Um banquete para os psicanalistas, caso José Agildo acreditasse em divã.

Teve alguns relacionamentos passageiros até encontrar Valentina Jamile aquela que seria apelidada por alguns de esposa virtual e por outros, mulher fantasma. Executiva de uma multinacional, a segunda esposa, completamente focada na carreira, vivia em constantes viagens pelo mundo.
 
Em conversa com o melhor amigo admitiu que a ausência de Valentina Jamile não o incomodava tanto, afinal já estava mais experiente e gostava de espaço.

- Que tal partir para o terceiro casamento? Procure alguém que o faça feliz, cara! Chega de tantos tropeços!

- Enlouqueceu Antenor Francisco? Imagine o que as pessoas vão pensar!

- Tua felicidade não pode ser ditada pelo pensamento alheio!

José Agildo não titubeou:

- Fácil falar quando se é um solteiro convicto! Terceiro casamento está fora de cogitação! Não nasci para colecionador de sogras!








(*) IMAGEM: Google


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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 21/09/2010
Reeditado em 15/12/2011
Código do texto: T2511216
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