Livro de Fábio Mozart serve de homilia da missa em Mari

Na última quinta-feira (16) lancei o livro “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso” na cidade de Mari. No domingo, o padre Jadiel fez sua pregação com base no livro que conta a história do lugar. O vigário recomendou que todos deveriam ler o livro. O padre foi generoso com nosso cordel, mas antes de tudo sinto-me gratificado por ter entrado pela porta da frente no processo histórico daquela comunidade e ajudado, de muitas maneiras, no desenvolvimento social e cultural da terra de João Peão e Caveirinha.

Soube também que vereadores marienses já estão discutindo a possibilidade de elaborar projeto de lei incluindo o livro “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso” no currículo escolar da rede pública de ensino municipal. Quer maior glória do que isso?

Na verdade, Mari representou um momento importante no processo da minha formação pessoal como ser humano e como artista. Nos doze anos em que morei lá, criei rádio comunitária, jornal, grupo de teatro, associações de bairro, liga de futebol, partido político e, o mais importante, ornamentei meu caráter e mentalidade através da convivência com pessoas de alto gabarito moral, a exemplo dos professores Marizete Vieira, Edmilson Trindade e Ercílio Delgado, os quais exercem com paciência humanista e vigor cívico a tarefa de transmitir conhecimento, trabalho este que, encarado nesses termos, ultrapassa a própria missão de educadores.

A amizade e estimulante convivência com uns sujeitos malucos e sonhadores iguais a Neneu Batista, Jota Alves, Manoel Pedro, Severino do Bujão e tantos outros que comigo formaram na linha de frente das aventuras literárias, artísticas e sociais na terra de Adauto Paiva, tudo isso e mais um monte de gente que carinhosamente me acolheu em Mari, cuja amizade sempre renovada se expressa no acolhimento ao meu livro. Recordando com saudade dos amigos que já foram para o andar de cima, como o sempre lembrado Chapéu do Correio, o desportista Paulo da Sinuca e outros cujo convívio ensinou-me a dimensionar o meu papel como cidadão.

Não conheço pessoalmente o padre Jadiel. Seu respeito e apoio ao meu trabalho tem um significado especial, porque vai além da amizade. É uma pessoa que não tem laços afetivos comigo, mas se achou no dever de recomendar um livro meu aos seus fiéis, certamente porque viu naquela obra literária um tijolo para a construção da cidadania e amor próprio da população mariense. Abençoado é o povo que conhece sua história.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 21/09/2010
Código do texto: T2510850