SÓ PARA MULHERES

Uma academia feminina. Naturalmente, entram e saem mulheres – malhadas, confiantes.

Rua tal, número tal.

O oficial de justiça pede à recepcionista para entrar.

- Não é possível, meu senhor. Eu tenho ordem de permitir a entrada, apenas, de mulheres.

- Mas eu sou oficial, preciso entrar. Tenho ordem do juiz.

- Não, meu senhor, esta academia é só para mulheres. Tenho ordem de só deixar entrar mulheres.

Um teima, a outra, também.

O equívoco, ao final, é dissipado: no mesmo endereço, meses antes, funcionava uma casa de massagens para homens. Onde igualmente entrariam e sairiam mulheres - malhadas, confiantes.

Talvez ele não tivesse se dado conta de que, além de ser outro estabelecimento – ainda que mesmo o local – o foco fosse outro.

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

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