O Assassinato do Professor!
Um filosofo pensa a sociedade décadas de antecipação, quando um governo adota este pensar como modelo educacional integrado a seu sistema, o faz consciente de que os efeitos serão sentidos por longo tempo.
O sistema educacional implantado em São Paulo chamado de “Progressão Continuada” parece inspirado em obra de ficção, a mim faz lembrar “A Republica de Saló de Piér Paolo Pasolini."*
Senão vejamos dentro de um sistema educacional a figura do Professor é impar, representa o saber o conhecimento, as crianças, os alunos, devem o ter sempre como exemplo e respeito.
Ao tirar do aluno a obrigação de aprender para passar de ano, quebrou-se a hierarquia e a disciplina destruindo a autoridade e o respeito ao Professor, reduzindo a mero coadjuvante.
Passou a ser figura decorativa, a não mais ser ouvido, acatado, culminando por ser agredido, algumas vezes dentro da própria sala de aula.
O sistema enfraqueceu mais ainda ao não aumentar seus proventos por anos, o obrigando a trabalhar em outras funções, não permitindo conseqüente aprimoramento.
A criança, assim aparentemente educada, chega a um determinado instante em que tem ancorado, estacionado seu progresso educacional, não consegue ir adiante, formando uma massa intelectual medíocre, facilmente subjugada pela classe dominante, essa sim educada em estabelecimentos particulares criando uma casta superior.
Essas crianças, daqui a década ou décadas terão seus filhos, transmitiram os mesmos conceitos instituídos através de um sistema que virtualmente educa sem precisar aprender, gerando uma massa robótica pronta a obedecer a qualquer político charlatão.
*Piér Paolo Pasolini Diretor de cinema italiano. "Saló a República de Saló" filme sobre o regime fascista na Itália.