A vida a dois vale a pena
12 de junho é dia dos namorados. Dia de enviar flores, cestas de café da manhã, mensagens carinhosas, reservar um bom motel, mandar os filhos dormir na casa da mãe, jantar em um bom restaurante, sair pra dançar, presentear com um bom perfume, ou um CD desejado, ou um Jeans bonito... As opções são muitas, para todos os gostos e bolsos.
Isso quer dizer que do dia 01 de janeiro até o dia 11 de junho e do dia 13 de junho até 31 de dezembro, não se faz mais isso? Estamos todos liberados de nossas conquistas. Nossa missão se resume ao dia 12 de junho? Não vejo assim. E graças a Deus que muita gente pelo mundo afora também não. Graças a Deus que muitos casais por esse mundo de meu Deus são enamorados durante os 365 dias do ano.
O que penso a respeito: Um casal, ao se propor união, seja ela qual seja a forma jurídica, envolve a vontade de duas pessoas de se formar um par de longa duração. Isso envolve uma transformação completa no estilo de vida, nas responsabilidades, na individualidade, etc. Na verdade, envolve um reaprender a viver e a conviver.
Isso envolve renúncias, mudança de valores, divisão de despesas e tarefas e muito mais. Muito mais!
O mais importante é que isso não seja uma atitude forçada por obrigação, por formalidades ou por força de um contrato, agredindo a essência de cada pessoa.
Mas, deve ser fundamentalmente, o resultado do consentimento livre e desejado de mudanças, em nome agora de duas pessoas. Ou mais, no futuro. Definitivamente não se pode tentar manter exatamente a mesma vida de antes. Agindo assim, se estará abduzindo os sentimentos e os valores da outra pessoa. E isso é desastroso, para o casal. Posso afirmar que seja o passaporte para a infidelidade e conseqüentemente para a ruptura mais cedo que se pode imaginar.
Também não se pode pretender o controle da outra pessoa. Afinal, não é um presídio, muito menos uma relação de emprego com regulamentos nem horários a cumprir.
Mas então, o que devo fazer, para ter um relacionamento duradouro e de qualidade?
Do meu ponto de vista, (ainda sou um aprendiz), precisamos lançar mão de alguns recursos, que o sendo naturalmente, de coração livre, espontaneamente, o será prazeroso tanto para quem faz quanto para quem recebe, e este último, por tabela, se sentirá estimulado a retribuir as mesmas doses de dedicação ou ir além:
1) Amar
1) Respeitar
2) Conquistar todos os dias a outra pessoa
3) Dedicar devoção à pessoa
4) ser presente e atencioso(a). O mundo lá fora não faz parte do casal.
5) Nunca deixar cair na rotina
6) Ter bom humor, sempre que possível
7) Respeitar o outro na hora de discutir assuntos delicados e conflitantes. A outra pessoa pode estar certa.
8) Dedicar momentos de privacidade absoluta só para os dois
9) Jamais ir dormir sem antes ter resolvido os entraves do dia
10) Nunca trazer de volta, mágoas e rancores antigos já resolvidos
11) Ajudar nas tarefas domésticas. Não é justo uma das duas pessoas trabalhar muito, enquanto o outro descansa ou se recolhe à sua individualidade.
12) Puxar assunto sempre que esteja se sentindo magoado, ofendido, usado, etc. Esclarecer esses pontos antes do “boa noite”
13) Ser presente nas dificuldades do outro
14) Olhar nos olhos para dizer uma queixa ou uma declaração de amor matinal, ou mesmo um simples “Bom dia”
Na verdade a lista é grande.
Mas e daí? As condições são muitas, as exigências idem, as renúncias também. Então não vale a pena? Melhor deixar como está? melhor ficar sozinho?
A resposta a estas e outras perguntas é uma só: Sim, vale a pena.
Vale a pena estar junto da pessoa amada. Vale a pena ver um sorriso doce, vale a pena sentir amado, vale a pena sentir recompensado, vale a pena ser a outra metade daquela pessoa maravilhosa que escolhi (ou que escolherei) para minha companhia pela vida afora.
Sim, vale a pena provocar um sorriso. Vale a pena ser útil.
Sim vale a pena receber um sorriso ao presentear com umas flores, sem nada para comemorar. Sim vale a pena um telefonema no meio do dia, só para dizer “Oi, estou com saudade”, desde que realmente esteja com saudade. Meras palavras fogem de tudo que falo.
Sim, vale a pena ter um colo pra deitar e ver um filme juntos, vale a pena sair à noite com a melhor roupa, para jantar. É emocionante escolher um presente para surpreender. Sim, vale a pena dedicar à pessoa amada. Sim, vale a pena amar. Sim vale a pena se fazer amado(a).
É fabuloso, poder trocar idéias sobre um projeto profissional, ou à nova cor da parede da sala. É maravilhoso estar juntos. É delicioso, juntos, se preparar para receber uns amigos para o almoço de domingo. É especialmente gratificante, fazer oração juntos. Para agradecer ou para pedir uma graça.
Sim vale a pena fazer amor com amor. Sim vale a pena uma vida a dois.
E não nos esqueçamos que quando nosso par começar a ficar acima do peso, ou com a saúde debilitada, com a pele enrugada, e por tabela menos atraente fisicamente, devo entender que aos olhos dessa pessoa, eu também estou sofrendo a ação do tempo e dos anos. Eu também já não sou aquele garotão sarado de anos atrás. E nem por isso sou amado menos. Ao contrário, aumentou a cumplicidade, o conhecer, a intimidade.
E isso é fácil? Que nada! É dificílimo! Mas é possível? Sim, é perfeitamente possível. Quem duvidar que encare o desafio. Pague o preço, se desarme, se entregue. E depois tire suas próprias conclusões.
Infinito número de casais, embora a dedicação de ambos, em certo momento os laços são cortados, o namoro se rompe. Uns mais cedo, outros anos adiante.
Então a incerteza da longevidade é motivo para eu dedicar menos? Não, em absoluto. Talvez devêssemos a cada dia, tentar conquistar mais ainda o nosso par, assegurando assim a longevidade e afastando o fantasma do rompimento.
Um casal que se ama e se propõe cúmplice e cada um faz a sua parte, certamente que estará afastando o fantasma do rompimento. Rompimento esse que muitas vezes nos bate às portas, exatamente pela falta do propósito da conquista permanente.
Sim, amar vale a pena! Aliás, este é um dos propósitos de nossa existência: Amar! Apartir da união e entrega de duas pessoas, se tornar uma só.