E POR QUE NÃO?
Por ora chega de horrores, desgraças, ruínas.
Vamos sonhar, mesmo intempestivamente.
Seus pés corriam céleres nos volteios, acompanhando o estonteante bailado do rapaz. Os perfumes no ambiente embriagavam-na naquela atmosfera vibrante sob os grandes candelabros, a emitirem, de suas velas, cintilante aura de magia no local. Nos pares e demais, vestimentas impecáveis; nas paredes e móveis, ornatos deslumbrantes; no assoalho, artisticamente trabalhado em madeiras de lei naturalmente multicoloridas, exibiam-se, pelos quatro cantos, as imagens do brasão da família; viam-se, finalmente, ao largo do extenso salão, flores frescas externando convites aos presentes abrirem o espírito à fraternidade e ao gozo. O conjunto, em seu esplendor, criava matizes cambiantes, maravilhando a moça. Amigos lhe sorriam de passagem, enquanto outros, refestelados em luxuosos sofás, acenavam-lhe de longe. Tudo estava verdadeiramente em seu lugar, tudo magnificamente perfeito.
Amava. Sentia-se amada.
O mundo há muito a apadrinhara. Era bela, culta, afortunada. Ane Luiza sentiu-se imensamente feliz, totalmente realizada. Uma onda de prazer invadiu-a, intensificada pelos divinos acordes da valsa iniciada. Tinha em si ser tudo isso definitivo, sem qualquer ordem de empecilho ou intromissão danosa. Vivia confiante uma dádiva dos céus. Tomada pelo enlevo, encostou a cabeça no peito de Rodolfo e deixou a música e o amado a levarem. Não sentia os pés valsando, era uma pluma levada pela emoção. Conduzia-a a leveza da magia, levada pelo encanto.
---“Beija-me!” Disse-lhe ao ouvido.
E foram felizes para sempre.
Por ora chega de horrores, desgraças, ruínas.
Vamos sonhar, mesmo intempestivamente.
Seus pés corriam céleres nos volteios, acompanhando o estonteante bailado do rapaz. Os perfumes no ambiente embriagavam-na naquela atmosfera vibrante sob os grandes candelabros, a emitirem, de suas velas, cintilante aura de magia no local. Nos pares e demais, vestimentas impecáveis; nas paredes e móveis, ornatos deslumbrantes; no assoalho, artisticamente trabalhado em madeiras de lei naturalmente multicoloridas, exibiam-se, pelos quatro cantos, as imagens do brasão da família; viam-se, finalmente, ao largo do extenso salão, flores frescas externando convites aos presentes abrirem o espírito à fraternidade e ao gozo. O conjunto, em seu esplendor, criava matizes cambiantes, maravilhando a moça. Amigos lhe sorriam de passagem, enquanto outros, refestelados em luxuosos sofás, acenavam-lhe de longe. Tudo estava verdadeiramente em seu lugar, tudo magnificamente perfeito.
Amava. Sentia-se amada.
O mundo há muito a apadrinhara. Era bela, culta, afortunada. Ane Luiza sentiu-se imensamente feliz, totalmente realizada. Uma onda de prazer invadiu-a, intensificada pelos divinos acordes da valsa iniciada. Tinha em si ser tudo isso definitivo, sem qualquer ordem de empecilho ou intromissão danosa. Vivia confiante uma dádiva dos céus. Tomada pelo enlevo, encostou a cabeça no peito de Rodolfo e deixou a música e o amado a levarem. Não sentia os pés valsando, era uma pluma levada pela emoção. Conduzia-a a leveza da magia, levada pelo encanto.
---“Beija-me!” Disse-lhe ao ouvido.
E foram felizes para sempre.