O REINO DA FANTASIA
Era uma vez, num reino não muito distante um pseudo-operário sonhava em se tornar soberano.
Apoiado por seus seguidores, a grande maioria trabalhadores que sonhavam com reformas políticas e sociais, saiu às ruas do reino propondo uma vida diferente, calcada na geração de milhões de empregos, redução de impostos e erradicação da pobreza.
O pseudo-operário pregava a tão sonhada revolução social.
Iludidos com as falsas promessas de transformação do reino humilde em uma verdadeira Ilha da fantasia, foi-lhe concedido o título de Soberano Governante.
No dia de sua posse os súditos invadiram os jardins do Palácio Real, preconizando a tomada do poder ou a farra da democracia.
Ledo Engano! Os pobres súditos nem desconfiavam que o soberano, esperança de dias melhores, era portador de degenerativa enfermidade, era cego e surdo.
Aproveitando-se da cegueira e da surdez do soberano, seus aloprados asseclas começaram a tomar conta do reino, como se fosse seu próprio castelo.
Desde sua ascensão ao poder, o reino parou de crescer, os milhões de empregos oferecidos não se tornaram realidade e os mesmos aloprados, aliados do soberano, que antes se intitulavam legítimos representantes dos operários, passaram a praticar tudo o que antes repudiavam e a agir contra suas mais primárias ideologias.
Enquanto essa baderna se instalou no reino da fantasia, o soberano viajava incansavelmente pelos reinos mundo afora, a bordo de sua luxuosa carruagem real, construída especialmente para lhe servir, por artífices de outros reinos, obviamente para não prestigiar os locais.
Em decorrência de sua ausência e de sua cegueira o reino passou a ser refém dos aloprados companheiros e de seus pouco recomendados métodos de governo.
Ao invés de erradicar a pobreza, como prometido, os asseclas reais, homens de confiança do soberano, envolviam-se nos mais graves casos de corrupção e enriquecimento ilícito.
Decorridos quase quatro anos, o soberano, feliz com sua administração real, decide permanecer no poder, custe o que custar.
Novamente seus companheiros saem de seus gabinetes para agir com falta de ética e decoro moral.
E o pobre soberano, como em todas as outras oportunidades, vem a público dizer aos súditos que em razão de sua cegueira e surdez, não sabia das atrocidades cometidas.
Pobres súditos! Perplexos acompanham o desenrolar dessa empreitada de manutenção do poder real.
Chega o dia do plebiscito real e para surpresa geral,não levando em conta as atrocidades cometidas pelo soberano e seus aloprados companheiros , o povo daquele reino decide também ser cego e surdo, mantendo-o no poder.
Só resta aos cidadãos que não compactuam com toda bandalheira clamar aos céus!