Chá

Foi bem numa dessas tardes de inverno que o Arquibaldo um amigo de infância ao me encontrar numa casa de chá dessas que é um forte convite para um encontro entre amigos, estava sentado bastante desolado a olhar pro ontem perguntando sei lá à quem o por quê? Como não sou de me imiscuir na vida aleia e ao vê-lo sozinho fui perguntando se ele não se incomodava que sentasse ali, enquanto esperava a hora para assistir uma linda História de amor no cinema do Shopping.

Lógicamente o Arquibaldo já meio melancólico e cabisbaixo não ousou dizer não, porque suas forças após o chá de camomila já havia se estinguido quase que por completo. Balançou apenas a cabeça com um ar de tanto faz.

Também estava sozinho e fiquei admirado de encontrá-lo naquela mesa tão solitário como deprimido, mesmo porque, o Arquibaldo não era homem de andar só.

Em nossa época de escola era o que mais pegava as meninas e o seu apelido foi circunstância desse, lotar as arquibancadas da quadra da escola em dias de jogo da equipe de basquete.

Arquibaldo era alto forte como é comum no jogador de basquete. As meninas não o deixavam em paz. Afinal todo mundo queria estar perto do ídolo, mas ali via uma outra imagem. Arquibaldo totalmente vazio, assim como a xícara de chá de camomila. Vazia, somente o envelope do chá como um travesseiro acomodava a cabeça oco do Arquibaldo.

A minha curiosidade imensa não perdeu tempo. Então, também vais ao cinema? Não, disse ele com olhar longe. Esperava uma amiga que não veio. Acho que ela não gosta de Chá.

Como ainda não consigo deixar de fazer gracinhas e acho que isso deve-se a Crônica, rematei: Não liga não Arquibaldo, também tomo chá-de-cadeira.