O AMULETO DÁ SORTE?

Você acredita em amuleto? Eu não. Nem uma figuinha pendurada em um cordão de ouro? Nem assim. E de repente você pode encontrar-me exatamente com uma figuinha branca com as unhas e um braceletezinho de ouro, linda, uma verdadeira obra de arte.

Numa época eu morava e trabalhava em Belo Horizonte, minha família morava e eu cursava faculdade em Itaúna. Uma luta, pois, toda noite tinha que fazer aquela viagem de aproximadamente cento e sessenta quilômetros. Depois consegui trabalho em Itaúna e foi uma maravilha. Tinha tempo para tudo, até para namorar pois, a “vítima” morava na cidade. Em janeiro, Deus deixando, completaremos trinta anos de casados.

Da minha casa até o trabalho eu gastava dez minutos a pé. Passava sempre pela Avenida Quinze de Novembro. Numa tarde, retornando do almoço, perto da casa do Senhor “Tonico Alegre”, (com este apelido e era dono da funerária), deparei-me com uma senhora que vinha em sentido contrário. Franzininha, um pouco baixa, roupas simples e muito limpas e com um sorriso tão amável que dava gosto ver. Ela foi logo me cumprimentando:

- Boa tarde meu jovem!

- Boa tarde senhora!

- Você está vindo e eu observando que você tem uma aura muito boa...

Parou na minha frente, com o mesmo sorriso e com uns olhos tão brilhantes que me fez sentir muito bem na sua presença. Ela continuou falando:

- Você já passou por muitos apuros, muitas dificuldades financeiras e até privações. Você venceu muitas barreiras... Mas já passou. Daqui para frente as coisas não serão tão difíceis. Você nunca será uma pessoa rica de dinheiro, grandes posses, poder... Mas não terá que passar pelas aperturas que já são do passado. Está me entendendo?

- Sim! Se for assim, louvado seja a Deus! (Via apenas uma certa lógica nas suas palavras).

- Você sabe o que é figa? Aquela mãozinha fechada com o dedão, (polegar), enfiado por baixo deste, (indicador), espremido por este, (médio).

- Conheço sim.

- Você vai achar uma. Olhe bem, se tiver ouro guarde para você, carregue no bolso, num cordão ou na carteira. Ou guarde em sua casa. Se você perdê-la algum dia, não lamente. Siga sua vida e que Deus abençoe você. Se encontrar alguma que não tiver ouro, por mais bonita que ela seja, jogue-a para trás e siga seu caminho.

Desviou-se de mim e se foi. Fiquei intrigado, uma velhinha saindo assim do nada e fala um monte de coisas... Segui o meu caminho e minha vida e todas as vezes que passava naquele local parecia que estava vendo a estranha e acontece até hoje. Uns dois meses depois, chegando à praça da matriz encontrei uma figuinha trabalhada em madeira, muito bonita. Apanhei, olhei e inevitavelmente veio a imagem da velhinha. Lembrei das suas palavras e mesmo não sendo superticioso, segui o seu conselho jogando a figa fora. Algum tempo depois, voltando para o trabalho, pertinho de onde encontrei a senhora vi uma figuinha branca, linda brilhando ao sol com seus detalhes em ouro. Até olhei para os lados pensando que fosse uma brincadeira da própria senhora. Ninguém por perto. Guardei a peça que pensava ser de uma resina ou plástico e anos depois descobri ser puro marfim. Logo de marfim, um pedaço de elefante, um animal que acho tão fenomenal, pelo tamanho, pela organização familiar e tudo mais.

A figuinha está guardada e de vez em quando a coloco num cordão e uso por alguns dias mesmo não acreditando que ela represente qualquer mudança na minha vida.

Nunca mais vi a velhinha nem alguém que se pareça com ela e mesmo assim não acredito que seja algo tão importante e muito menos sobrenatural que ocorreu na minha vida.

Divinópolis, 15-09-10

jferreira.

JFerreirinha
Enviado por JFerreirinha em 16/09/2010
Reeditado em 12/12/2011
Código do texto: T2501963
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