A arte de dizer não.
“Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”.
“A hora do sim, é um descuido do não”.
Palavras são chaves, estradas que conduzem o homem a caminhos de redenção ou devastação. Por isso ao dizê-las, no instante em que o ar vibra as cordas vocais e torna-se mágica, é preciso cuidado! Será o sim um descuido do não? Às vezes sim, já que muitas vezes é comum se desviar da própria vontade apenas para satisfação alheia. Afinal, leitores, quem dentre vós já ficou um pouco mais querendo ir embora? Por diversas vezes, emprestamos o melhor de nós apenas por não possuirmos talento para recusar. Entretanto, a cada sim sem vontade que dizemos para alguém estamos recusando a nós mesmos! Agindo dessa forma nos tornamos nossos próprios carrascos...Que doença é essa que faz alguém preferir jogar-se numa prisão apenas para ceder as escolhas do outro?
Deixo expresso que o intuito deste texto não é estimular um individualismo cego, já que também creio na doação como uma outra forma de arte. Mas, tratando-se de arte bom entendedor é aquele que sabe interpretar as intenções. É impossível ser feliz sozinho, sem reconhecer à dádiva da doação, mas ao mesmo tempo é impossível ser feliz negaceando sempre a si mesmo. Então cabe ao homem colocar os pesos na balança.
Quando se trata de mim, estou sempre a me policiar em relação a esse assunto. Às vezes entendo que o melhor é esperar o outro, ficar um pouco mais e ouvir. Mas, não quero que o meu sim seja sempre um descuido, não quero estar em segundo plano. Afinal, parte do conceito de ser livre é ter as rédeas das suas próprias decisões e fazer o seu caminho, seja ele de terra, asfalto quente, ou até mesmo repleto de espinhos.