AS MANHÃS DE SETEMBRO
Não sei se porque é setembro, mas acordei lembrando uma música antiga, que a Vanusa cantava, chamada "Manhãs de Setembro".
Tão lindas as manhãs de setembro que preenchiam a primavera da minha infância! Tão límpidas, tão ensolaradas, tão cheias de flores, de cores, de cheiros! Aquele calorzinho substituindo o inverno frio e constante dos meses de junho, julho e agosto. O trinado dos pássaros, enchendo a natureza de uma melodia ímpar.
Pois as manhãs de setembro já não são mais as mesmas. Os pássaros continuam cantando; nesse momento eu os escuto daqui. Mas o sol parece que tirou férias ou falta ao "serviço" a cada dois ou três dias. Manhã enrustida, úmida, chuvosa. Chuva que cai há quatro dias intermitantemente. Enfeiando as manhãs de setembro do meu Rio Grande. Descontrolando o trabalho da natureza. As árvores ficam "confusas" diante da inconstância do tempo. As flores mal começam a desabrochar e o vento forte as derruba, a água em excesso apodrece as plantas.
O quadro mais lindo, pintado pela natureza da minha infância, se perdeu num amontoado de tintas, nos borrões provocados pelo desmatamento, pelo descuido e maltrato constante com o meio ambiente. O homem abusou do "poder" de gerir as coisas que o Criador colocou a sua disposição, esquecendo que não é o senhor dos elementos.
Infelizmente, fiquei sem o quadro mágico das manhãs de setembro da minha infância...