CODINOMES

- Sabe o Pedro, o Grande?

- O Pedrão?

- Não, tô falando do tzar...

- Não sabia que era esse o apelido dele. Por que tzar?

- Tzar não é apelido.

- Ah ta, se você diz...

- Você sabe o que é um tzar?

- Claro que sei...

- Então diz aí o que é.

- Se você não sabe não sou eu que vou ficar ensinando.

- Tzar era o imperador da Rússia. Um monarca. Aliás, vários monarcas tinham codinomes.

- Tipo?

- O Alexandre da Macedônia, por exemplo, também era chamado de O Grande.

- E ele pagou royalties para o Pedro?

- Claro que não, até porque ele é anterior ao Pedro.

- Entendo.

- Mas tem uns que são engraçados...

- Uns o quê?

- Codinomes.

- Por exemplo?

- Tinha o Átila, O Huno.

- Grandes coisas, eu tinha um Fusca chamado Galeano.

- Idiota...

- O Fusca ou o Uno?

- Deixa pra lá...

- Quem mais tinha, conta aí.

- Bom, na Inglaterra, que é terra de reis há séculos, apareceram vários. Muitos se chamavam “Grande” também, mas havia espaço para outros...

- Conta...

- Ah, tinha o Eduardo, O Velho; e outros, como O Glorioso; O Justo, O Conquistador... esses, ao meu ver, se autointitularam.

- Captei. Quer dizer que alguns foram intitulados depois?

- Óbvio.

- E como se sabe quem se autointitulou e quem foi intitulado.

- Pelo título, oras!

- Explique-se melhor...

- Os outros eram: O De Joelhos Fracos; O Despreparado; O Mártir; O Breve...

- É, com certeza eles não iam se autoproclamar dessa forma.

- Não. Assim como alguns franceses.

- Bom, problema seu, cada um come aquilo que lhe convém...

- Não, idiota!, o que quero dizer é que os reis franceses também tinhas seus apelidos curiosos.

- Ah bom!

- Tinha O Calvo, O Gago, O Gordo, O Jovem, O Alto, O Comprido, O Caolho...

- Pelo visto, francês tem problemas com a aparência.

- Pois é. Já em Portugal, tivemos Dona Maria I, A Louca.

- Louca mesmo? Tipo o Louco da Turma da Mônica?

- Muito mais louca. Dizem que, quando as tropas de Napoleão estavam para invadir Portugal, ela precisou ser embarcada à força no momento da fuga, pois acreditava estar indo para o inferno.

- E para aonde estavam fugindo?

- Para o Brasil.

- Hehe, vai ver que de louca ela tinha pouca coisa.

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