VOCÊ SABE POR QUE EXISTE?
Ontem quando fui dormir não fechei as janelas nem cerrei a cortinas. Hoje fui acordada pela claridade que invadiu o quarto. Diante de mim, postado na parede estava ele com o seu tic-tac, então eu disse: viu, não foi o seu tic-tac que me acordou, e ele impassivo continuou tic-tac, tic-tac, então eu perguntei: você sabe por que existe? Sem obter resposta retruquei: porque antes de você, existiu o relojoeiro, mas expliquei: esta expressão não é minha é de Voltaire, sintetizando o pensamento do Cristianismo quando afirma que não existe a criatura sem o seu Criador (estou pensando seriamente sobre isto, minha amiga querida Hull de La Fuente).
Continuo deitada, o telefone toca, ouço mais do que falo, respondo coisas não perguntadas, quando não respondo nada... Levanto, a janela me atrai, as pessoas lá em baixo passam sem fazer ruído, parecem que andam pé ante pé, nem a chuva que cai tem o seu barulho característico, cai suave. O silêncio é perturbador e eu me dou conta de ausências que me deixam tristes, de palavras que não mais ouço e das quais sinto falta...
É... Confesso que neste momento me veio o desejo de falar alto e ouvir o som das minhas próprias palavras. Fechei a janela e voltei pra cama. Fui terminar a leitura de “A Emoção Solidária” de João Wilson Mendes Melo, que me levou a escrever esta crônica.
Ontem quando fui dormir não fechei as janelas nem cerrei a cortinas. Hoje fui acordada pela claridade que invadiu o quarto. Diante de mim, postado na parede estava ele com o seu tic-tac, então eu disse: viu, não foi o seu tic-tac que me acordou, e ele impassivo continuou tic-tac, tic-tac, então eu perguntei: você sabe por que existe? Sem obter resposta retruquei: porque antes de você, existiu o relojoeiro, mas expliquei: esta expressão não é minha é de Voltaire, sintetizando o pensamento do Cristianismo quando afirma que não existe a criatura sem o seu Criador (estou pensando seriamente sobre isto, minha amiga querida Hull de La Fuente).
Continuo deitada, o telefone toca, ouço mais do que falo, respondo coisas não perguntadas, quando não respondo nada... Levanto, a janela me atrai, as pessoas lá em baixo passam sem fazer ruído, parecem que andam pé ante pé, nem a chuva que cai tem o seu barulho característico, cai suave. O silêncio é perturbador e eu me dou conta de ausências que me deixam tristes, de palavras que não mais ouço e das quais sinto falta...
É... Confesso que neste momento me veio o desejo de falar alto e ouvir o som das minhas próprias palavras. Fechei a janela e voltei pra cama. Fui terminar a leitura de “A Emoção Solidária” de João Wilson Mendes Melo, que me levou a escrever esta crônica.