The Equation - O Relato da Vida de Jeff Mcgardney
E eu, estava ali, imóvel, todas as minhas tentativas de movimento eram em vão. Aquele cabo de aço, que me suspendia em cima daquela enorme massa verde ofuscante e quente, descia rapidamente em minha direção.
Senti o calor do ácido em minha face, e neste exato momento vi um filme, mostrando toda minha vida, desde a chegada à ilha. Ele relatava todas as minhas conquistas e derrotas, tais como o dia em que uma das minhas sete teorias me tornou um cientista aprovado pela universidade de Harvard.
Mas me fez lembrar, detalhadamente das minhas derrotas, como aquela no dia 23 de junho de 1998; eu passeava com minha esposa e minha filha, ainda em seu ventre. Passeávamos entre as lindas árvores com suas folhas caídas no chão, quando minha esposa foi atravessar uma transversal e um ônibus a arrastou até a outra rua.
Veio em minha mente a imagem de eu carregando Lucy nos braços, minha filha, morta, numa mera tentativa de proteger aquela vida, que nem ao menos pôde aproveitar um segundo da existência!
No momento em que o filme da minha cabeça acabou, uma lágrima escorreu em meu rosto e caiu sobre o ácido sem nenhum efeito.
Meu pé já estava cerca de um metro acima daquele líquido, quando, sem forças, soltei um grito de socorro, mas foi mais uma tentativa frustrada de ajuda.
Minha ponta do pé infelizmente já encostava naquele ácido, e dei um alto gemido que ecoou em toda a caverna, até suas extremidades fazendo com que meus amigos cientistas me localizassem e então corressem ao meu encontro.
Eu gritava de dor, enquanto o ácido, que já tocava meus joelhos estava corroendo meus ossos e continuava subindo.
O cabo de aço, preso aos meus braços,descia ao encontro do líquido, o que certamente resultaria em minha morte.
Num estrondoso barulho, as pedras que evitavam que eu saísse dali começaram a ser quebradas em pequenos pedaços. Logo em seguida, vi Cris, Marty e Peder me ajudando a desprender meu corpo do cabo de aço, o que lhes deu um horrível trabalho. Já era tarde demais. O líquido já havia corroído até a metade de minhas coxas e o que havia restado eram apenas algumas partes de meus ossos. Depois disso acabei não resistindo à dor e desmaiei.
Acordei em uma sala de hospital, com meus ossos da perna ou o que restou deles, tapados por um pano e fiquei ali, implorando para Deus me deixar morrer.
Enquanto pensava em tudo que havia acontecido, um médico entrou em meu quarto falando Latim e, já que eu sabia várias línguas, conhecia a língua que deu origem à maioria dos outros idiomas.
Geralmente, você ouve poucas notícias boas dentro de um hospital, a minha não foi diferente. No exame constava que eu nunca mais voltaria a andar, isto é, que eu ficaria o resto da minha vida preso a uma cadeira de rodas.
A vontade de me matar cresceu a tal ponto que comecei a me contorcer em cima de minha cama e a gritar alto. Uma enfermeira amarrou meus braços e minhas coxas à cama e tapou minha boca com uma pano, pois meu grito era ensurdecedor e insuportável.
Ela injetou em mim um sedativo que me fez adormecer.
Acordei 5 horas depois, já solto pelas cordas que antes me prendiam e que deixaram meus pulsos e minhas coxas vermelhas.
Consegui convencer a enfermeira de que não estava louco e, algum tempo depois, já estava fora do hospital.
Empurrei as rodas de minha cadeira até em casa, observando atentamente todas as pessoas que por mim passavam.
Abri a porta de minha casa e vi tudo, exatamente como havia deixado há 3 meses, quando saí de viagem à Vladivostok.
Desfiz as ataduras de minha coxa, e as refiz em seguida. Por causa da dor, injetei morfina e neste exato momento senti a sonolência que havia sentido minutos antes de perder meus membros inferiores.
Eu não me lembrava mais de nada antes de estar preso àquela corda de aço, mas tinha certeza de que cedo ou tarde lembraria de tudo.
Como eu não poderia mais prosseguir com minhas viagens ao exterior, resolvi trabalhar em meus livros científicos.
Contratei uma espécie de “babá” para adultos, já que eu era totalmente incapaz de descer escadas e muito menos subi-las.
Após 4 horas, um moço alto, loiro e magro bateu em minha porta.
Fiquei olhando para ele atenciosamente e o mesmo me informou que era meu novo empregado e veio para me ajudar.
Com a ajuda de Frederick, desci as escadas rumo a minha vasta coleção de livros científicos em que realizava qualquer tipo de experiência e estudo. Ele me deixou sozinho em minha sala e foi arrumar o seu novo quarto no 3º andar.
Direcionei-me até minha enciclopédia já empoeirada. Comecei a folhear suas velhas e amareladas folhas e uma delas, com um título bastante chamativo, conseguiu atrair minha atenção.
Li em voz alta:
REGENERAÇÃO CELULAR
Eu me interessei muito por esse artigo e comecei a ler.
Descobri que antes de tudo crescer em um bebê, o cérebro desenvolve uma parte chamada LEPTODACTYLLUS CÉRYBRUUS CRECIRYTY, que em português significa Crescimento Cerebral Avançado. Isso faz com que o sangue carregue menos plaquetas e elementos figurados em troca de proteínas que acionam o crescimento corporal do individuo.
Esta parte do cérebro é ativada aos 12 meses de idade e para entre 20 e 23 anos.
- Mr. Mcgardney?
- Mr. Mcgardney?
Acordo com Frederick me cutucando.
- Creio que o senhor esteja dormindo faz algumas horas, deseja que eu leve-o para seu quarto?
- Mas claro que não! Eu tenho 37 anos, consigo ficar uma noite acordado.
- Como quiser Mr. Mcgardney – Voltou a fala Frederick.
Retomei meus estudos e descobri, pelos resultados de minhas equações, que são necessárias 5 partes do cérebro para fazer os membros crescerem, mas, se eu implantasse essas partes em mim, não só minhas pernas, como meus braços também cresceriam. Então, eu teria de encontrar a equação exata para que pudesse pôr em prática meu experimento.
Passou-se uma semana, e eu estava realmente perto de chegar a uma resposta.
Por um instante, pensei que estava louco, mas eu simplesmente estava obcecado com a possibilidade de voltar a andar.
Haviam se passado puçás horas depois da meia-noite, foi quando, neste exato momento, me lembrei do que havia sonhado enquanto dormia em cima de meus livros. Na verdade, não foi um sonho, foi uma lembrança de minha passagem pela ilha, mais especificamente o momento em que meu “amigo” Peder me amarrou na corda de aço e fingiu ter me ajudado a sair dali.
Nesse momento estava tudo claro para mim. Eu o havia derrotado tantas vezes na classe de minha escola e na faculdade e ele nunca quis admitir que era menos inteligente e capaz do que eu. Aquelas derrotas em feiras de ciências alimentaram um ódio que por muito ficou preso em seu coração e explodiu naquela ilha. Uma raiva que quase me fez morrer ali.
Fiquei alguns minutos refletindo sobre aquele ato de meu ex-melhor amigo, e decidi deixar tudo para trás.
Comecei a pensar em minha equação sem resposta:
X²-14+b²¹= tw10-z+0,45. D +0,001.d 0,15423= 4
Finalmente eu havia encontrado a resposta:
T²W³x²+0,3 19
Eram necessárias 3 partes do cérebro de cada pessoa com exatamente 19 anos de idade.
Antes de extrair as partes cerebrais, construí uma máquina de ressonância magnética que suga a energia vital cerebral, através de fios e esta energia refaria parte de mim. Mas, os três homens deveriam estar juntos para que eu fizesse a transfusão.
Depois de matá-los, teria cerca de 45 minutos para fazer meu experimento.
Telefonei para alguns amigos mais novos do que eu para jogar cartas.
Algumas horas depois, tocou a campainha, meus amigos entraram e começamos a jogar pôquer.
Servi Wisk com veneno para eles e logo eles caíram no chão, mortos.
Apressei-me para levar meus amigos até minha sala, rolando-os pelas escadas para que Frederick não visse.
Depois que adaptei minha escada para eu descer sem necessitar de ajuda de outra pessoa ficou mais fácil para eu levas os corpos lá embaixo.
Coloquei cada um em uma cadeira, seus fios conectados ao meu crânio e liguei a máquina.
Senti-me bem, como se eu tivesse nascido de novo, de certa forma, havia nascido de novo. Agora era apenas esperar alguns dias e minhas pernas voltariam a crescer.
Frederick acordou e me viu, eu, e os três cadáveres na sala.
Ele se escondeu rapidamente, ligou para o número 911 e alguns
instantes depois, a polícia já estava me levando para a cadeia.
Fui condenado à cadeira elétrica.
Senti nas veias a eletricidade percorrer meu corpo inteiro.
E nem ao menos consegui gritar, pois quando menos esperei meu cérebro estava fritado. Eu estava morto.
Mas então você se pergunta; como estou relatando tudo isso aqui, mesmo depois de morto?
Simples, olhe para seu lado e perceba que não esta mais sozinho.
EU ESTOU AO SEU LADO...
Ass. Mr. Jeff Mcgardney 11 de setembro de 2002,