Bingo!
Fim de semana. Minha esposa e eu fomos convidados por meus pais para irmos ao Festival de Lamen que acontece todos os anos na Associação Hokkaido aqui em São Paulo. Meu irmão e sua esposa também foram. Esses encontros lembram muito a minha infância, quando íamos com frequência a estes eventos promovidos pela colônia japonesa. Músicas e comidas típicas, o ambiente alegre é bem familiar para mim.
Chegamos lá e comemos um lamen com massa japonesa que estava uma delícia. Minha mãe comprou um prato de itigo daifuku, doce típico de Hokkaido feito de morango, também estava muito bom. Foi quando o bingo começou. Minha mãe adora jogar bingo, eu já não gosto muito por que além de não ter muita sorte com jogos de azar, fico pensando em probabilidades e concluo que não vale a pena jogar. Mas naquele dia, família reunida, todo mundo brincou. Primeiro prêmio: um DVD player da Sony. Segundo prêmio: um descascador de legumes importado. Ganhava o bingo quem primeiro completasse a linha horizontal, vertical ou diagonal.
O rapaz lá no palco ficou gritando as pedras pelo microfone e eu lá na mesa riscando a minha cartela. Para minha surpresa e contra todas as expectativas, fiquei na boa, faltava só a pedra 33 para completar a linha horizontal. E não é que a bendita da pedra saiu? Sorte! O rapaz do palco gritou 33 de lá e eu bingo dali. Já estava pertinho do palco, me levantei todo feliz e fui correndo para a alegria da galera receber meu DVD player da Sony. Ele pediu minha cartela para a conferência e quando começou a conferir, percebeu que lá do fundo do salão vinham caminhando silenciosa e lentamente em direção ao palco um senhor e uma velhinha que também haviam feito bingo. Pronto, pensei, lá se vai o meu prêmio.
Ele conferiu as três cartelas, todas estavam corretas. Não ganhava quem gritasse bingo ou primeiro apresentasse a cartela? Não, um outro critério de desempate foi aplicado. Seriam sorteadas três pedras, uma para cada pessoa, quem tirasse a maior pedra ganharia o DVD player, a segunda maior o descascador de legumes importado e, como não havia outro prêmio, o terceiro ganharia o direito de voltar para a mesa de mãos vazias.
Em consideração aos mais velhos seguiram a ordem de idade. Primeiro sortearam uma pedra para a velhinha: 33. Depois para o senhor: 32. E em último para mim, o mais novo: 15. Azar! Lá se foi o meu prêmio, voltei para a mesa de mãos abanando, nem o descascador de legumes importado eu levei. Que coisa maluca, ganhei e perdi, tive sorte e azar ao mesmo tempo. Qual a probabilidade de algo assim acontecer? Não ganhei o bingo mas valeu o passeio, a comida, as risadas. Vai ter sorte e azar assim lá na Conchinchina!
Setembro de 2010
Fonte da imagem
Fim de semana. Minha esposa e eu fomos convidados por meus pais para irmos ao Festival de Lamen que acontece todos os anos na Associação Hokkaido aqui em São Paulo. Meu irmão e sua esposa também foram. Esses encontros lembram muito a minha infância, quando íamos com frequência a estes eventos promovidos pela colônia japonesa. Músicas e comidas típicas, o ambiente alegre é bem familiar para mim.
Chegamos lá e comemos um lamen com massa japonesa que estava uma delícia. Minha mãe comprou um prato de itigo daifuku, doce típico de Hokkaido feito de morango, também estava muito bom. Foi quando o bingo começou. Minha mãe adora jogar bingo, eu já não gosto muito por que além de não ter muita sorte com jogos de azar, fico pensando em probabilidades e concluo que não vale a pena jogar. Mas naquele dia, família reunida, todo mundo brincou. Primeiro prêmio: um DVD player da Sony. Segundo prêmio: um descascador de legumes importado. Ganhava o bingo quem primeiro completasse a linha horizontal, vertical ou diagonal.
O rapaz lá no palco ficou gritando as pedras pelo microfone e eu lá na mesa riscando a minha cartela. Para minha surpresa e contra todas as expectativas, fiquei na boa, faltava só a pedra 33 para completar a linha horizontal. E não é que a bendita da pedra saiu? Sorte! O rapaz do palco gritou 33 de lá e eu bingo dali. Já estava pertinho do palco, me levantei todo feliz e fui correndo para a alegria da galera receber meu DVD player da Sony. Ele pediu minha cartela para a conferência e quando começou a conferir, percebeu que lá do fundo do salão vinham caminhando silenciosa e lentamente em direção ao palco um senhor e uma velhinha que também haviam feito bingo. Pronto, pensei, lá se vai o meu prêmio.
Ele conferiu as três cartelas, todas estavam corretas. Não ganhava quem gritasse bingo ou primeiro apresentasse a cartela? Não, um outro critério de desempate foi aplicado. Seriam sorteadas três pedras, uma para cada pessoa, quem tirasse a maior pedra ganharia o DVD player, a segunda maior o descascador de legumes importado e, como não havia outro prêmio, o terceiro ganharia o direito de voltar para a mesa de mãos vazias.
Em consideração aos mais velhos seguiram a ordem de idade. Primeiro sortearam uma pedra para a velhinha: 33. Depois para o senhor: 32. E em último para mim, o mais novo: 15. Azar! Lá se foi o meu prêmio, voltei para a mesa de mãos abanando, nem o descascador de legumes importado eu levei. Que coisa maluca, ganhei e perdi, tive sorte e azar ao mesmo tempo. Qual a probabilidade de algo assim acontecer? Não ganhei o bingo mas valeu o passeio, a comida, as risadas. Vai ter sorte e azar assim lá na Conchinchina!
Setembro de 2010
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