A auto-regulamentação publicitária

Voltando ao que se passa na telinha, agora para comentar dois spots publicitários, que acredito sejam de conhecimento nacional.

Há já algum tempo os formadores de opinião das agências publicitárias têm procurado ser o mais honesto e simples possível na elaboração de suas mensagens para atingir o grande público. Até mesmo por uma questão de sobrevivência, visto que o povo em geral não mais se deixa enganar com promessas mirabolantes, ofertas majestosas e cenários de super produção. Eu sei que o caminho para atingir um estado melhor de coisas é longo e cheio de percalços, com armadilhas ilusórias a surgir a cada curva. Existe ainda muita mentira e ilusão na publicidade, vejam por exemplo o horário político gratuito, que apresenta este pedaço do universo como uma segunda edição do Jardim do Éden, obra divina de rios de leite e mel, e paz segurança e alegria.Temos tanta certeza que isso é falacioso que a maioria sequer se digna a assistir. Mas o assunto não esse. Vamos ao que interessa(pelo menos prá mim).

Há já muito tempo, um grande banco privado lançou em seus spots publicitários uma marca onde se usava, e ainda usa, uma vogal, que é a sua inicial e um símbolo derivado do mundo virtual cibernético, aquela voltinha enrolada na letra. Ora, nada mais honesto, ainda que subliminar, que um banco assumir suas reais intenções. Atentem que na net temos: @ e se lê arroba, no caso em questão temos a vogal "i" o que nos leva à: I rôba. Vai lá quem quer.

O segundo caso é mais emblemático. Uma certa companhia cervejeira lançou há pouco uma campanha anunciando UM CERVEJÃO. Ora senhores, como não é possível alterar o produto, mudaram o ator. Antes que falem de humor não correto politicamente, deixo claro que não questiono o profissional, nem sua capacidade. Ele apenas cumpre o papel de seguir um roteiro pré estabelecido. Assim como sua partner oriental. Voltemos ao assunto. Óbvio está que para um consumidor dessa estatura, qualquer garrafinha long neck é UM CERVEJÃO. Honestíssima mensagem. A partner de tipo oriental serve apenas para afirmar ainda mais a velha piada sôbre o membro de determinado grupo étnico, e seu sorrisinho maroto confirma que um membro de anão pode ser reconhecido como um CA****O.

Vejam que por caminhos enviesados vamos adquirindo a consciência da necessidade de verdade na propaganda.

Bom Domingo

neanderthal
Enviado por neanderthal em 12/09/2010
Reeditado em 01/11/2010
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