Dias Que Ser Mulher Era Sinonimo De Ninguém.
Apanhar dos pais, dos irmãos, dos tios, dos avôs, dos namorados, dos noivos, dos maridos era comum, o maior talento era o de agüentar calada.
Espancada em casa, esmurrada nas ruas, nos ônibus, em qualquer lugar ninguém ligava, era um direito dos maridos, do homem.
Podia trabalhar desde que autorizada pessoalmente pelo marido, pelo homem, que ao final do mês recebia o salário.
Em teatros, cinemas, restaurantes só acompanhadas por seus maridos, o homem, em determinados lugares, como bares, nem pensar.
Enquanto os maridos, o homem, conversavam se estivesse no mesmo ambiente permanecia calada. Para sair, devia pedir licença.
Nas ruas era seu dever andar de cabeça baixa.
Mulheres estupradas? Imagine, eram demônios de saia, bruxas que enfeitiçavam os coitados levando-os a fazer o que não queriam.
Quando ousaram reivindicar direitos como operárias, preferiram queimar a fabrica, com elas dentro.
Podiam ser mortas por presunção de traição pelos maridos, o homem, que alegava ter a honra ofendida.
Foram avós, mães e filhas, mulheres, donas de casa, que hoje podem ser Presidente da Republica.